Há um clima de ansiedade no ar. Nas últimas semanas, a convocação de manifestações pró e contra o governo Bolsonaro para o 7 de Setembro mobilizou o país e o debate público foi capturado para questionamentos tão insólitos quanto “teremos mesmo um golpe? Seria um golpe tradicional? Teria apoio das forças armadas? O que viria depois?”
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No cenário político, a hipótese parece remota. A edição impressa da Folha de S. Paulo traz nesta segunda-feira (6), logo na capa, a informação de que líderes do Centrão pediram moderação e ensaiam um desembarque coletivo do governo caso o caldo entorne nesta terça-feira. Em SC, a ala mais moderada da política tem a mesma opinião. Nos bastidores, a turma dos “panos quentes” está em busca de pacificação.
O fato é que, com ou sem moderação, tudo leva a crer que teremos uma grande demonstração de força nas ruas neste 7/9. Tal qual o “Grito do Ipiranga”, pintura de Pedro Américo que carregou as tintas para dar um ar mais heroico à independência do Brasil, o presidente quer mostrar que tem fôlego para impor suas pautas ao Congresso e ao Judiciário – e dada a mobilização de apoiadores, é provável que consiga aparentar, nas ruas, uma força que as pesquisas de opinião não lhe conferem mais. Numa analogia bem simplória, é como as flexões que ele tanto gosta de fazer em formaturas policiais e eventos militares. Parecem coisa de atleta, mas com o joelho no chão.
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Nossa tragédia é que, enquanto o debate público segue capturado pelas elucubrações sobre golpes de Estado, risco real de confrontos nas ruas e o novo arranhão sobre o que restava da imagem do país, uma parte do Brasil segue com fome. A temática das manifestações deste 7 de Setembro desviam, de certa forma, o Brasil de problemas urgentes como a inflação descontrolada, a gasolina a R$ 7, o dólar nas alturas os mais de meio milhão de mortos na pandemia. Mas protestos são saudáveis, e que sejam ordeiros, pacíficos, sem ameaças, sem pancadarias. É o que se espera para o fortalecimento e o amadurecimento de nossa ainda jovem democracia.
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