O sentimento da semana em Brasília é que o fenômeno Pablo Marçal conseguiu deixar os Bolsonaro de orelha em pé. Diante do tsunami bolsonarista que inundou as duas últimas eleições presidenciais e para o legislativo, não se imaginava que, tão cedo, surgiria uma liderança para ameaçar a oligarquia da família.
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Fontes ouvidas pela coluna apontam dois cenários nos bastidores. No primeiro, Marçal se elege e, com a maior prefeitura América Latina na mão, tem chance de se firmar como um nome forte da direita, batendo de frente – e ganhando parte dos fãs – do ex-presidente. E tudo isso sem “pagar pedágio” a Bolsonaro – ou seja, sem precisar da bênção do ex-presidente. Isso seria um feito inédito no país desde 2014.
No segundo cenário, Marçal não se elege – mas a projeção que ganhou durante a campanha e a provável chegada ao segundo turno torna impossível segurá-lo. Com lastro eleitoral, ele pode disputar uma vaga para o Senado, deixando no chinelo a pretensão de Eduardo Bolsonaro, que também tem em São Paulo seu domicílio eleitoral e mira a Alta Casa em 2026.
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Dois candidatos se elegerão senadores em cada estado, mas uma das vagas está previamente “reservada” ao nome que o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) indicará.
A coluna apurou que parlamentares bolsonaristas em Santa Catarina estão preocupados com o cenário em São Paulo e criticam, reservadamente, a decisão de Bolsonaro apoiar Nunes – e as possíveis consequências desse movimento.
Relembre a trajetória política de Pablo Marçal:
Diante da pressão, a família Bolsonaro baixou a guarda e acena a Marçal, ainda que discretamente. Prova disso foi a conversa entre o candidato e o filho zero-dois do ex-presidente, Carlos Bolsonaro, em que os dois teriam se acertado. Bolsonaro também teria convidado o candidato à prefeitura de São Paulo para participar de um evento no Sete de Setembro – o que é visto como uma manobra arriscada por aliados.
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A esta altura, Marçal tem potencial para bagunçar o campo bolsonarista e criar uma cisão – o que terá consequências em Santa Catarina.
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