O plano de fusão da Marfrig com a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, que nasceram em Santa Catarina, avança. A área técnica do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), sugere aprovação da fusão das duas companhias, sem restrições, informa o Valor Econômico. Se aprovada, a união vai criar a nova gigante MBRF, com faturamento da ordem de R$ 150 bilhões por ano.

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Ao mesmo tempo que obtém posição favorável do órgão de controle da concorrência no Brasil, a Marfrig passou a enfrentar resistência de um grupo de acionistas da família Fontana, fundadora da Sadia, que contesta o valor proposto para pagamento de dividendos, informou também o Valor, por meio da coluna Pipeline. Adriano Fontana diz que o grupo tem cerca de 3% das ações da BRF e pretende contestar valores de dividendos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).  

A fusão da Marfrig com a BRF forma uma nova gigante de proteínas com uma variedade mais completa de produtos para ambas. Isso porque a Marfrig é forte em carne bovina, enquanto a BRF é forte em carnes de aves e suínos e uma série de produtos industrializados nesses segmentos.

As três companhias, há décadas são grandes fornecedoras aos mercados interno e externo. A BRF que resultou da fusão da Sadia e Perdigão em 2009, depois que a primeira foi afetada pela crise financeira americana, enfrentou dificuldades novamente a partir de 2013, quando mudou a gestão, num movimento do empresário Abílio Diniz, que se tornou acionista, presidente do conselho e não conhecia o setor.

Com essa fusão, Santa Catarina deixa de ter a sede jurídica da BRF, em Itajaí, e, assim, deixa de sediar a segunda maior empresa do estado em faturamento. Mas as unidades produtivas e de logística da Sadia e Perdigão continuam no Estado, que é berço da avicultura e suinocultura exportadora do Brasil. A expectativa é de que a nova MBRF invista mais em unidades produtivas em Santa Catarina.

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