O Brasil não está entre as prioridades do governo de Donald Trump, dos Estados Unidos, para firmar acordo tarifário de importações e, desde o início, integra grupo com tarifa de 10%. Nesse cenário, a secretária de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Tatiana Prazeres, afirmou nessa sexta-feira, em palestra na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), que o Brasil não está “no olho do furacão”.

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Para a secretária, o Brasil está relativamente protegido no mercado global atual, diante das tensões e incertezas geradas pelas mudanças tarifárias do novo governo dos EUA. Ela fez palestra a convite da presidente da Câmara de Comércio Exterior da federação, Maria Teresa Bustamante.

De acordo com a secretária, o comércio exterior vive uma nova ordem com diversas mudanças na forma como os países se relacionam. Para ela, a resiliência das cadeias de produção ganha muita importância nessa fase.

Tatiana Prazeres também desafiou a mais empresas brasileiras a participarem do comércio internacional. Disse que ampliar a base exportadora é uma das prioridades para o Brasil. Hoje, somente 1% das empresas brasileiras exportam e a chance de uma companhia começar a exportar nos seus primeiros 10 anos de atividade também é somente de 1%.

– Quando vejo o perfil exportador de Santa Catarina em relação a outros estados, é diferenciado. Há diversidade setorial e valor agregado. Acima da média, claramente – afirmou Tatiana Prazeres, destacando que é uma produção diversificada e sofisticada.

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Os principais mercados de SC no exterior são Estados Unidos, China, México, Argentina e Japão. No primeiro quadrimestre deste ano, o estado foi o 9º maior exportador do país, segundo dados do portal Comex Start, do MDIC. Os produtos mais exportados são carnes, motores elétricos, partes de motores e produtos de madeira.

Na palestra, a secretária também falou sobre os acordos comerciais que estão sendo negociados pelo Brasil para ampliar as vendas externas. Disse que a estratégia é priorizar e o concluir rápido.

Entre os acordos em negociação, segundo ela, está um com os Emirados Árabes Unidos e outro com a EFTA — bloco formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. Na América Latina, o Brasil está negociando com o Panamá, El Salvador e México. O país também busca aprofundar acordos com a Colômbia, Chile e Bolívia, além de modernizar o Mercosul, falou a secretária.

Ao comentar o cenário internacional para negócios, Tatiana Prazeres citou uma lista de transformações que estão impactando. De acordo com ela, são seis vetores interligados:

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1. Aumento do protecionismo (sozinho, não explica tudo);
2. Tensões geopolíticas crescentes (reconfiguram as cadeiras produtivas);
3. Crise do multilateralismo, da governança do comércio internacional (movimentos globais afetam inclusive os mercados mais conservadores);
4. Retorno das políticas industriais (é um reconhecimento da importância da indústria e dos empregos);
5. Aceleração da transformação digital (muda a competitividade dos países e amplia o comércio de serviços);
6. Interseção entre comércio e sustentabilidade (gera pressão por práticas empresariais mais sustentáveis; é algo que veio para ficar);

*Matéria com informações publicadas pela assessoria de imprensa da Fiesc.  

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