Uma operação nos bastidores do Conselho do Patrimônio Cultural Edificado (Cope) de Blumenau mudou a tendência da votação sobre a nova loja que a Havan pretende construir no Centro Histórico. Emissários da empresa e da prefeitura têm feito contatos com conselheiros e entidades para encaminhar a aprovação do projeto na reunião marcada para quarta-feira (28). Além disso, mudanças na composição do colegiado tendem a aumentar o apoio à instalação da loja.

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Na reunião do Cope de 26 de maio, o projeto da Havan foi criticado pela maioria dos conselheiros que se manifestaram. Um parecer técnico da Secretaria de Planejamento contrário ao projeto embasou as contestações. Entre os argumentos estava a falta de sintonia arquitetônica do empreendimento com as construções históricas da Rua das Palmeiras. 

Mesmo representantes de entidades ligadas ao setor imobiliário e da construção pontuaram a necessidade de alterações. Em sentido contrário, houve opiniões em defesa da geração de empregos e críticas ao mau estado do Centro Histórico. Por sugestão do secretário de Planejamento e presidente do Cope, Éder Boron, a Havan aceitou retirar a proposta para reformulação sem que fosse votada.

Muita coisa mudou nos dois meses que separam aquela reunião do encontro desta quarta, mas não o projeto. Conforme o empresário Luciano Hang havia antecipado ao colega Pedro Machado, a proposta arquitetônica é a mesma, sem alterações relevantes. Por outro lado, são esperadas mudanças na composição do conselho e em posicionamentos de conselheiros.

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A atual composição do Cope tem nove representantes indicados pela prefeitura e oito por entidades da sociedade civil. Pela repercussão que teve o assunto, algumas das organizações com assento no conselho promoveram debates internos para avaliar qual será a posição a ser defendida. O resultado deles será expressado na reunião. 

A coluna apurou que, na sexta-feira (23), o Conselho da Subseção Blumenau da Ordem dos Advogados do Brasil deliberou sobre o projeto durante três horas. Ao final, venceu a posição inicial, de exigir mudanças da Havan. Mas a votação apertada, com apenas um voto de diferença, dá ideia do clima para a reunião do Cope.

Entre os indicados do poder público no conselho, estará ausente um dos nomes que, em maio, fez crítica mais enfática ao projeto da Havan, a diretora do Arquivo Histórico, Sueli Petry. Ela é suplente e dará lugar ao titular da cadeira, o secretário de Cultura e Relações Internacionais — posição ocupada interinamente pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Sylvio Zimmermann. Na semana passada, a prefeitura também substituiu dois suplentes do conselho, o que gerou burburinho interno.

Na reunião de maio, mesmo observadores favoráveis ao projeto da Havan acreditavam que não havia clima para aprová-lo no Cope. Agora, até os que estavam mais confiantes na rejeição à réplica da Casa Branca em nome da preservação do patrimônio histórico admitem que o cenário é outro.

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