Há muitos componentes envolvidos numa decisão de Libertadores. Em qualquer decisão. Nesta, há uma ansiedade enorme do lado do Flamengo. Há uma tranquilidade do lado do River Plate.

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A ansiedade do Flamengo vem do período de 38 anos sem conquistar a taça. A única vez foi em 1981 e o torcedor reflete em ansiedade, em tensão e energia, esta longa espera.

O River Plate faz sua terceira final em cinco anos. Venceu em 2015 e em 2018 estas duas finais. Tem quatro títulos de Libertadores. Então está acostumado com este ambiente de decisão. É daí que vem a tranquilidade argentina.

Este primeiro fator equilibra a decisão, porque a vontade, a fome, de um é maior que a do outro. Só que a experiência do River poder pesar também em favor dos argentinos.

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Componente tático

O fator que fez o Flamengo “passar o trator” no campeonato Brasileiro foi o tático. A diferença de organização tática e forma de jogar do Flamengo, imposta pelos métodos do técnico português Jorge Jesus, fez com que houvesse tamanha diferença em território nacional. Está até gerando uma crise entre os técnicos brasileiros e maior cobrança dos torcedores em geral.

Acontece que contra Marcelo Gallardo não há esta diferença. O "Muñeco" é um técnico com conceitos modernos e o River Plate, além de ser um time extremamente tático, é muito eficiente em vários formatos. O River tem repertório e se adapta facilmente a diferentes desenhos táticos em campo.

Então, também neste fator há um equilíbrio entre os times.

Desequilíbrio está no momento e nas individualidades

Bruno Henrique é candidato a craque da competição
Bruno Henrique é candidato a craque da competição (Foto: Foto: Marcelo Cortes / Flamengo)

O Flamengo é melhor nas individualidades. A zaga é melhor, de ponta a ponta. Do lateral direito ao lateral esquerdo. O ataque é melhor, mais decisivo, com Bruno Henrique, o provável craque da competição se o Flamengo for campeão, e Gabriel Barbosa, o Gabigol.

E o momento do Flamengo também é melhor. O time vem de grandes vitórias no Brasileirão e na própria Libertadores. Já o River sofreu em algumas partidas recentes na Argentina, inclusive na segunda semifinal contra o Boca, na própria Libertadores. A defesa tem tomado mais gols que o normal da equipe. Mesmo assim, o River é um time difícil de ser batido.

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Jogo único e circunstâncias

O fator “jogo único” torna ainda mais imprevisível a decisão. Em um jogo só, algumas circunstâncias dentro do campo podem mudar a história. Um erro de arbitragem, um jogador expulso, um dia infeliz de uma das equipes…

Se a decisão fosse em duas partidas, como era a tradição, seria mais fácil apontar um favoritismo.

Mas com um jogo só, e com o nível dos finalistas, é sentar e torcer, ou aproveitar o que o jogo promete.

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