Em quantas situações na vida deixamos para trás, ignoramos ou não damos o devido valor a muitas coisas porque nos deixamos levar por preconceitos, não é mesmo?
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Com o vinho rosé não é diferente. Isto já aconteceu muito, atualmente menos, porém, infelizmente e injustamente, ainda acontece. Existe quem torça o nariz para esta linda cor, aromas deliciosos e sabores incríveis, como se tratasse de um vinho de menor qualidade ou de segunda linha, sem nem degustar.
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Aqui vamos eliminar todo e qualquer julgamento ou crença equivocada com os rosés, com argumentos técnicos que são isentos de opinião, mas baseados em fatos tangíveis, deixando de lado os famosos achismos. Vamos levar de volta ao pódio, de onde nunca deveria ter saído, e descobrir o que estes rótulos rosáceos podem fazer por você.
A primeira qualidade deste estilo de vinho é a sua versatilidade na hora de harmonizar com as mais diversas receitas e culinárias. Podemos dizer, a grosso modo, que ele está no meio do caminho entre os brancos e os tintos, harmonizando com um prato que seria demais para um branco suportar e que o tinto passaria por cima, deixando o prato sem expressão. O rosé possui estrutura para fazer frente a pratos de maior ou menor peso, sobretudo quando os protagonistas são os frutos do mar, que fazem parte da nossa dieta cotidiana, principalmente no litoral do imenso país em que vivemos.
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Existem rosés maravilhosos feitos em diversos países do mundo, mas poucos rótulos chegam ao Brasil, pelo consumo ser bem menor que os brancos e tintos.
Mas a boa notícia é que o percentual de consumo de vinhos rosés no Brasil está aumentando. As importações em 2019, antes da pandemia, representaram em torno de 9 milhões de garrafas. O ano de 2022 foi encerrado com quase 24 milhões de garrafas rosés entrando no país, o que representou um aumento de 270%. E o consumo de vinhos rosés vem aumentando em proporção aos brancos e tintos. Isto mostra que o rosado está frequentando não só praias e piscinas, mas está chegando às mesas. Certamente, um fator histórico que contribuiu para esta resistência que muitos ainda possuem é o fato de que os primeiros vinhos rosés que chegaram ao Brasil, quando da reabertura das importações, eram vinhos baratos, simples e muitos deles mal elaborados.
Mas vamos combinar que não foram só rosés de baixa qualidade que chegaram por aqui, né? Muitos que também aportaram nestas terras tupiniquins eram sofríveis e não são alvo de preconceito até hoje, como os rosés, dos quais somos fãs e consumidores habituais. Esta realidade ficou para trás. A qualidade dos vinhos rosés que hoje temos disponíveis no mercado para conhecer e degustar mudou drasticamente.
Hoje, temos muitos rótulos de rosés maravilhosos disponíveis no mercado para adquirir e ter muito prazer em degustá-los. Sabemos que existem vinhos brancos, rosés e tintos bons e ruins no mundo inteiro. Mas, curiosamente, a cultura do vinho tinto segue firme no Brasil, enquanto, em outros países do mundo, os brancos e rosés ganham espaços cada vez maiores. Isto não significa dizer que devemos tomar apenas brancos e rosés, mas abrir espaço para outras experiências, que certamente irão te surpreender. Repetir sempre os mesmos vinhos, estilos e rótulos nos limita e nos rouba inúmeras possibilidades de desbravar este mundo tão imenso, diverso e maravilhoso dos vinhos. Não podemos permitir que nosso preconceito nos limite em qualquer área da vida; o vasto mundo dos vinhos é mais uma delas!
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Néa Silveira
Saúde!