A atual crise de oferta de leitos nas UTIs infantis do Estado exige dos gestores públicos da área de saúde ações emergenciais e um plano de ação de médio prazo para a ampliação da infraestrutura de atendimento a casos graves registrados entre pacientes pediátricos e neonatais.
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Santa Catarina tem apenas duas vagas de leito de UTI pediátrico disponíveis na rede pública de saúde. Com isso, a taxa de ocupação é de 97,83%. Os dados são do Painel de Leitos da Secretaria de Estado da Saúde (SES), atualizados na última terça-feira (10).
Conselheiro do CRM-SC com 20 anos de experiência em UTIs pediátricas, o médico Marcelo Gurgacz diz que o crescimento da demanda por leitos em 2022 é reflexo de um aumento significativo na ocorrência de infecções respiratórias em crianças. O aumento nesse período é visível principalmente na comparação com o segundo trimestre dos últimos dois anos, quando as crianças permaneceram em casa por causa da pandemia do coronavírus e houve diminuição da ocorrência de problemas como crises de asma, bronquites comunitárias e bronquiolite (doença viral mais comum nos primeiros meses de vida).
Ao mesmo tempo, acrescenta, há necessidade de aumento no número de leitos em UTIs pediátricas e neonatais no Estado.
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— Esse incremento da oferta, muito necessário, exige planejamento e medidas de médio prazo e deve ser iniciado o mais rapidamente possível — afirma.
De imediato, é essencial que o Governo dedique atenção máxima à gestão da infraestrutura disponível, acelerando transferências sempre que possível e diminuindo o tempo de espera por leitos. Ao mesmo tempo, como medida paliativa, é necessário o alerta geral à comunidade, principalmente para pais, mães e responsáveis, sobre a necessidade de medidas preventivas às infecções respiratórias.
Essas são medidas emergenciais.
— Em paralelo, o Governo precisa planejar e executar ações de ampliação da infraestrutura de atendimento — , diz o presidente do CRM-SC, Eduardo Porto Ribeiro.
Além de investimentos em equipamentos, estrutura e pessoas, é essencial a mobilização política para garantir a habilitação de mais leitos de UTIs pediátricas para o Estado no Sistema Único de Saúde (SUS), medida necessária para garantir a manutenção financeira das estruturas.
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