Quem sabe a Copa da Alemanha em 206 teria sido a mais bela que vi. Não pelos jogos, claro, mas pela beleza das viagens, a paisagem, o conforto da primeira classe de um trem alemão por todo país.
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Ficamos numa cidade próxima a Frankfurt chamada Konigstein de pouco mais de 2 mil habitantes. Lá o Brasil se concentrou na fase de classificação e o centro de treinamento do hotel passou a chamar-se Mario Jorge Lobo Zagalo.
Cidade aprazível onde todos se conhecem e vão para os fins de semana à noite curtir Frankfurt num trenzinho que leva 20 minutos de viagem.
Diariamente íamos para o treino da seleção e eu aproveitava para caminhar do hotel até a praça central e lá esperava a passagem do veículo da TV. Pessoal da imprensa passava o dia encostado num poste da praça. Motivo suficiente para denominar a praça de Roberto Alves.
Quando queriam se encontrar usavam a praça como identificação do local marcado. Por pouco o prefeito da cidade não oficializou o nome da praça em homenagem ao Brasil.
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Foi na Alemanha que o fotógrafo Marcos Vieira da RBS criou para a capa da Zero Hora uma imagem de um fantasma nos corredores do castelo Cardinale onde nos hospedamos numa das cidades em que o Brasil jogou.
O Castelo tinha a fama de misterioso onde diziam aparecer fantasmas à noite pelos corredores.
O fotógrafo colocou Pedro Ernesto, da Rádio Gaúcha, coberto por um lençol branco, e largou-o pelo corredor de madrugada aos berros, assustando todo mundo. Foi uma correria.
Quem menos se assustou foi o repórter José Alberto Andrade que tranquilo ouvia em seu computador músicas brasileiras antigas de preferência de Lupicínio Rodrigues e Ataulfo Alves.
Dizem que a idéia da capa da ZH teria sido do saudoso e brilhante David Coimbra.
Na Copa da Alemanha você estando de posse do crachá da FIFA embarcava na primeira classe de qualquer viagem de trem pelo país.
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Todo nosso translado foi feito de trem; Munique, Berlim, Dortmund, Colônia, Frankfurt, Sttuttgart, Leverkusen, Bonn, e outras cidades menores com parada obrigatória nos mostraram um cenário de cinema. Os castelos alemães algo que a gente pensa que só vê no cinema são inacreditáveis.
No campo fomos eliminados pela França em Frankfurt com aquele gol de Henry nas costas do lateral Roberto Carlos. Era uma espécie de revanche da final da copa de 1998 em Paris. Zinedine Zidane jogou contundido e teve uma atuação primorosa.