Sentada na frente do computador, não sei precisar quantas vezes não senti clareza de visão para escrever um texto brilhante, ou bolar um curso, um método, um trabalho perfeito. Não me sinto sem ideias, mas tomada por todas elas — na maioria das vezes. De olhos fechados consigo uma Disney de criatividade e viajo longe até onde o tempo deixar. Muitas das vezes, inspirada pela capacidade da ideia, virei noites as executando. Também já me aconteceu, de forçar o fluxo de uma visão e a pressão da data me forçar um avanço, confuso. Tem momentos em que um minuto a mais para pensar, se faz tão necessário, e tem hora que a pressão ajuda uma barbaridade. Vai entender.

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Sempre gostei de ajuda para refletir e pensar, e nos últimos tempos cheguei a duas difíceis conclusões, sobre as quais ainda debruço energia no seu entendimento e aceitação: "Eu vou errar" — essa é a minha primeira pressuposição. Devo, portanto, dar a mim crédito em minha tentativa. "Só erra quem faz", me disse o namorado da minha cunhada — e não é que é?! Eu disse que não está fácil, porque a vida parece tão melhor quando a gente acerta em cheio. Lógico. Humildade é um negócio difícil demais. Mas tudo isso é um convite ao processo humano de existir.

"Só erra quem faz", me disse o namorado da minha cunhada — e não é que é?!

Quando me perguntaram sobre por que eu mereceria ser Presidente da República — essa, uma meta desde criança — eu disse, na ocasião: Porque eu sou capaz de minhas próprias e difíceis confissões. Pretendo no rumo da vida, tomar posse da capacidade de evoluir, ao preço, inclusive do meu próprio erro não intencionado. Se do erro a gente tira um crescimento e dele se arrepende honestamente, é fato o próximo ato, ao ser revisado, aumentar nossa chance de acerto. Acredito que a gente subestima o poder do fracasso, quando está nele — e no estudo sobre ele — o que revela nossa próxima fortaleza.

Tenho revisado meu nível de julgamento sobre o mundo e o quanto a crítica ao erro é fácil quando não se conhece o contexto. Antes ainda, a crítica é filha da impaciência, porque — muito possivelmente, uma boa e honesta conversa, seria capaz de milagres, se antes do desejo de ser melhor do que o outro — por defesa ou arrogância — a gente quisesse a companhia da evolução. A gente está sempre mudando, melhorando e crescendo.

Minha segunda lição básica diz que "se não sei fazer mil, nunca vou manter o milhão". Isso é uma expressão que venho usando para reaprender sobre meu tempo para as coisas e também sobre o valor de cada escolha. Posso ter as melhores ideias, e tristemente abandoná-las mergulhadas em uma gaveta. Carente da capacidade de executar uma folha, como posso tomar posse da autoria de um livro inteiro. Mais uma vez, o micro se reproduz no macro da vida. Nesse ponto avalio a nossa vaidade e o nosso desejo pelo "perfeito permanente". Antes feito do que perfeito, certo?! Minha meta, portanto, nesse primeiro semestre é dar valor para a página, não para a ideia sobre ela. Quero ao fazer o mil, melhorar a origem do milhão, em cada ação.

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Posso ter as melhores ideias, e tristemente abandoná-las mergulhadas em uma gaveta.

Na terça fui até a dentista e estacionei naquelas vagas de rua, que são pagas — e o máximo para ficar é duas horas. Ativei o ticket e quando cheguei comentei sobre a hora e que seria importante que eu saísse, em tempo de liberar a vaga conforme as regras. E eu disse para minha dentista: Tenho feito o esforço de seguir as coisas conforme suas regras, em cada ato do dia o exercício do simples. Mil bem feito, traz milhão. E esse é o meu brinde ao "tijolinho" nosso de cada dia. E é nesse tipo — simples — de ação que venho treinando minha leveza. Ainda debruçada e reflexiva venho desejando por dias de mais ação e mais simplicidade — que é de onde tudo parte.

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