Nosso curso presencial precisou ser online e, durante o próximo trimestre, vamos nos ver bastante pelo whats e pelos hangouts. A turma está no melhor estilo-unida e isso tudo tem sido bastante gratificante. O que descobri quando abri a empresa em 2010 é que nós não temos dificuldades com metas e que os nossos sonhos – quando bem claros – já fazem parte da nossa rotina de escolhas. Sei que é quase um contra senso porque, quando fiz meus cursos, eu primeiro acreditei que nós estávamos desprovidos de ideias. Mas conhecemos os nossos sonhos – a gente só não acredita que são relevantes o suficiente.

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Como não valorizamos a simplicidade de alguns dos nossos desejos, a gente começa a querer as coisas que consideramos admiráveis. São possivelmente admiráveis, mas nem sempre obedecem ao nosso fluxo ou ao nosso momento.

Uma participante da turma  disse que com o início dessa imersão a quantidade de conteúdo disponibilizado estava sendo tão grande, que seria incrível estabelecer uma rotina de estudos, com leituras, cursos, desenvolvimento de competências…mas que a medida que o tempo foi acomodando o novo cenário percebeu algo muito profundo em uma frase que meu irmão nos deixou de herança: "Segue o fluxo". E ela disse: "Eu não sou preguiçosa, eu sei disso – mas o fluxo agora é parar". Mal posso expressar o quanto aquela frase foi tão lindamente dita.

Meu "trejeito" com as crises se dá em etapas – naturalmente. E umas das etapas é a observação e o silêncio. Procuro "subir na cadeira", olhando de fora, construindo uma visão externa  para que eu não me identifique demais com a mudança e suas provocações – e, então possa ter com a crise um diálogo esclarecedor sobre minha próximas necessidades de crescimento. Quanto menor o barulho, melhor.

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Um dos livros que mais gostei de ler foi um que demorei meses para conseguir completar. Cada página se dava com tanta força, e o diálogo com a autora estava tão rico, que eu não poderia torná-lo prisioneiro do desprazer da pressa. Realizar nossos sonhos têm relação com descobrir o ritmo que cada coisa tem e as crises nos convidam para um "não me apresse". Observe. O que precisamos crescer?

Nosso objetivo deve ser ser quem somos. Se queremos ler a quantidade de livros que o Bill Gates costuma ler, estamos nos desfazendo do quanto precisamos e da forma como a leitura nos servirá. Surdos no relacionamento com as nossas necessidades, as nossas escolhas mais verdadeiras ficarão encobertas por algum número admirável mas nem sempre envolvidos de nosso contentamento.

Do que estamos precisando agora? Aproveitei o fluxo e abri cada gaveta da minha casa, estou abrindo cada pasta do computador, revendo mensagens, eliminado meus atrasos, trabalhando bastante.

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