Nos planos de Bruna dos Santos, 15 anos, para 2017, estavam começar o ensino médio, fazer matrícula em algum curso no contraturno e procurar emprego em uma pet shop, como forma de desenvolver relacionamento e experiência na área de conhecimento que mais gosta.
Continua depois da publicidade
O planejamento não era muito diferente da maioria de seus colegas na Escola de Educação Básica Engenheiro Annes Gualberto, no bairro Iririú. No entanto, o foco dela neste ano mudou e será direcionado a viver a experiência do primeiro ano do ensino médio integral em Santa Catarina, da mesma forma que outros 256 estudantes de Joinville.
Leia as últimas notícias de Joinville e região
Nos planos de Bruna dos Santos, 15 anos, para 2017, estavam começar o ensino médio, fazer matrícula em algum curso no contraturno e procurar emprego em uma pet shop, como forma de desenvolver relacionamento e experiência na área de conhecimento que mais gosta. O planejamento não era muito diferente da maioria de seus colegas na Escola de Educação Básica Engenheiro Annes Gualberto, no bairro Iririú. No entanto, o foco dela neste ano mudou e será direcionado a viver a experiência do primeiro ano do ensino médio integral em Santa Catarina, da mesma forma que outros 256 estudantes de Joinville.
A partir de hoje, eles passarão cerca de nove horas e meia dedicados à escola. O projeto é novo e regional, oferecido pelo governo de Santa Catarina em parceria com o Instituto Ayrton Senna e o Instituto Natura, e, neste ano, será aplicado em 16 escolas da rede no Estado.
Continua depois da publicidade
Na Escola Annes Gualberto, há 85 alunos matriculados, formando três turmas de primeiro ano no turno integral. Eles retomam o período letivo hoje, enquanto os outros alunos já voltaram na segunda-feira. Apesar de Bruna não ter se empolgado ao saber que a escola em que ela estuda desde a primeira série se tornaria-se integral não quisesse cursar o programa, teria que optar entre fazer o ensino médio noturno ou mudar de escola -, a menina agora pensa na preparação para a vida acadêmica que pode receber.
– Achei que seria uma boa oportunidade e uma forma de preparação para a universidade – afirma ela.
Segundo a diretora, Célia Stoll, um dos objetivos do ensino médio integral é fazer com que os adolescentes tenham foco completo na educação. Da mesma forma que estava nos planos de Bruna, é comum que os estudantes queiram trabalhar – seja por vontade de começar a criar currículo ou por necessidades financeiras da família -, mas, quando possível, é mais importante para a formação que eles passem mais tempo dedicados à escola do que ao mercado de trabalho neste período da vida.
– Há alunos que trabalham até tarde e, por isso, no dia seguinte, não conseguem ter o mesmo desempenho – lamenta.
Continua depois da publicidade
A proposta do ensino médio integral foi apresentada no ano passado à comunidade escolar, e cabia a cada unidade de ensino decidir se a aplicaria em 2017. Das 39 escolas estaduais joinvilenses, três optaram por participar no momento em que a realização ocorre quase como um projeto-piloto: além da Annes Gualberto, as escolas Senador Rodrigo Lobo, no bairro Jardim Sofia; e Presidente Médici, no Boa Vista, também oferecerão o período integral.
– Reunimos o conselho deliberativo da Associação de Pais e Professores e os professores. No início, eles ficaram meio indecisos, mas decidiram aceitar o desafio – conta a diretora da Annes Gualberto, Célia Stoll.
Para isso, os professores passam por capacitação desde janeiro, com preparação para dar início às matérias novas da matriz curricular. Além das disciplinas tradicionais e das aulas de línguas estrangeiras – uma obrigatória e outra optativa -, os alunos terão o acréscimo do núcleo articulador ao dia a dia. Três matérias fazem parte dele: Projetos de Vida (na qual trabalharão o planejamento da vida acadêmica e da carreira profissional); Projetos de Intervenção e Pesquisa (na qual, por meio de estudos e iniciativas, serão incentivados a produzir mudanças na comunidade em que vivem); e estudos orientados (como em um grupo de estudos, serão acompanhados por um professor para desenvolver técnicas de estudo e desenvolver a organização e concentração no aprendizado).
Com a reforma do ensino médio do governo federal, que pretende ampliar a carga horária progressivamente até chegar a sete horas diárias, as escolas de Santa Catarina adiantam este processo, adaptando a estrutura para receber estas aulas extras e garantir o conforto dos estudantes. Além de receberem dois lanches e o almoço, o que modificou o sistema das merendeiras, as escolas devem receber modificações para possuírem centro de convivência, salas multiúso e quadras esportivas equipadas. Na Annes Gualberto, a primeira mudança é a climatização das salas de aula e a compra de armários para que os alunos não precisem carregar todo o material escolar durante o dia.
Continua depois da publicidade