O piano é o astro principal no festival que ocorre nesta semana em Joinville. Será a terceira edição do Pianístico – Todos os Pianos do Mundo, que nos dois primeiros anos dedicou-se a homenagear o instrumento no mês de setembro. Os quatro dias de concertos com músicos premiados do Brasil e do exterior serão gratuitos e online, a não ser por dois espetáculos em drive in — a proposta inicial era oferecer também apresentações presenciais no Teatro Juarez Machado, com entradas limitadas, mas o agravamento da Covid-19 em Santa Catarina levou a organização a suspender a possibilidade de plateia nestes espetáculos.

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Entre os artistas que irão se apresentar estão virtuoses Mūza Rubackytė, artista de 61 anos nascida na Lituânia, formada pelo Conservatório Tchaikovsky de Moscou e premiada em Paris; e a pequena Olívia Tebaldi, do Espírito Santo, que aos nove anos já foi laureada com o prêmio máximo em concursos na Colômbia, na Ucrânia, na Grécia e na Indonésia.

A abertura será uma noite dedicada à música brasileira e à trajetória de quase meio século de um trio de músicos geniais. “Tributo ao Zimbo Trio”, com Amilton Godoy, fundador do grupo, apresentará alguns destaques da carreira, como o primeiro arranjo do Zimbo feito para Garota de Ipanema e o hino brasileiro Aquarela do Brasil. O grupo já gravou 51 discos, entre LPs, EPs e CDs, editados em 22 países.

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No drive-in, o pianista norte-americano Jeff Gardner apresenta seu novo trio. O show, na noite de sexta-feira (4), marca a estreia do baterista Carlos Bala e do jovem e virtuose baixista Michael Pipoquinha com o veterano do jazz. O repertório autoral é baseado nas composições do Jeff, em ritmo de samba, choro, baião, bossa, afro jazz e gospel. Na sequência, o público poderá assistir mais um espetáculo, de dentro do carro, com o pianista gaúcho Luciano Leães em um show de blues.

A riqueza da música brasileira voltará a ser homenageado no piano nas mãos de Cristovão Bastos, no encerramento do festival, no domingo (6). Respeitado e admirado no cenário musical, o músico carioca — que completa 74 anos no dia da abertura do festival — já trilha a carreira na música há 50 anos. Cristovão foi um dos fundadores da célebre Banda Black Rio, é conhecido por parcerias com nomes como Chico Buarque, Aldir Blanc e Paulinho da Viola.

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Acalento em meio aos cuidados na pandemia

Para Carlos Branco, presidente da Comissão Central Organizadora e curador artístico do festival, a redução das contaminações no país — ainda que em Santa Catarina tenham, nas últimas semanas, registrado elevações — possibilita pensar num novo momento, em que a cultura retorne, pouco a pouco.

— A realização do Pianístico é uma afirmação da importância da cultura nas nossas vidas — pondera.

A coordenação geral do evento é da produtora cultural Albertina Tuma, criadora do Festival de Dança de Joinville. 

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— O formato não segue os padrões das edições anteriores e foi muito bem pensado. A música servirá como um acalento. E tem o poder de transformar vidas, ajudando a diminuir esse efeito da pandemia, trazendo um pouco de esperança — avalia.

Todas as atividades serão transmitidas online, pelo Youtube e pela página do Facebook do Pianístico. Em duas delas, aliás, os artistas estarão em outros países: Alon Goldstein, de Israel, estará em Salt Lake City quando se apresentar. Armands Abols, da Letônia, estará em Santiago, no Chile, fazendo o concerto especialmente para os espectadores do Pianístico.

PIANO
PARA LEIGOS
Quando o italiano Bartolomeo Cristofori inventou o piano, em 1709, batizou-o como ‘clavicembalo col piano e forte’ – ou ‘cravo que pode tocar ruídos suaves e altos’
Pianos de cauda
Possuem um som mais potente do que os de parede por causa do tamanho da caixa em que as notas podem ressoar.
Som
O tipo de madeira com que o piano foi fabricado influencia em sua acústica.
Tampa
É levantada para o som atingir o público com mais eficácia.
Teclas
O primeiro piano tinha 54 teclas. Como os compositores buscavam um potencial mais amplo para se expressarem, nos anos 1890 se definiu que a mesa de som (teclado maior) moderna teria 88 teclas.
Pedais
O da esquerda resulta em um som mais curto e de menor volume. O da direita produz um som mais alto e que ressoa por mais tempo. O do meio abafa o som ou sustenta uma nota.
Cordas
Geralmente são cerca de 230, que variam na espessura e comprimento. De acordo com as notas musicais, cada tecla possui uma, duas ou três cordas.
Nos pianos antigos, as teclas brancas eram de marfim, e as pretas de ébano. Atualmente são de resina de plástico.
As cordas extras possibilitam que o som tenha a mesma intensidade em todos os pontos
Cordas agudas
Cordas médias
Cordas graves
Arame de cobre envolvendo a corda de aço
MECÂNICA DO SOM
Movimento 01
Corda
Abafador
Martelo
Tecla
Movimento 02
duuummm
Ao acionar uma tecla, aproximadamente 56 peças se movimentam para emitir o som.
O martelo bate na corda, que vibra e o som é amplificado pelo corpo do piano.
Um piano moderno possui cerca de 5.500 peças
1 ano3 anos
é o tempo de construção de um piano industrialé o tempo de construção de um piano artesanal
(após as madeiras estarem secas)
Branco no preto
Nos pianos do século XVIII, as teclas possuíam as
cores invertidas. Com a popularização do instrumento, no século XIX, a relação entre preto e branco foi trocada, pois era semelhante à do cravo, e assim permanece até hoje.
O ANCESTRAL
Considerando a ancestralidade, o piano pode ser classificado como um instrumento de corda, pois é descendente do Monocórdio, que, reza a lenda, foi inventado por Pitágoras.
Apenas uma corda
Caixa de ressonância
O DESCENDENTE
Em 1800, o britânico residente da Filadélfia, John
Isaac Hawkins, inverteu o mecanismo das cordas, montando o primeiro piano vertical. A proporção reduzida fez com que ficasse popular e fosse introduzido nas casas das famílias.
As cordas são esticadas na posição vertical
Em função do formato peculiar, o suporte para as cordas chama-se harpa
Permite que a mesma tecla seja repetida sete vezes por segundo. Já o piano de calda, 14 batidas por segundo
INFOGRAFIA: Ben Ami Scopinho, NSC Total
DESENVOLVIMENTO WEB: MAIARA SANTOS
Fonte: Yamaha
Donizete Bonifacio, técnico afinador e entonador pianos, formado em construção, afinação e regulagem de piano pela fábrica Pianos Essenfelder, e técnico credenciado da Yamaha.

Confira a programação de concertos:

3 de dezembro, quinta-feira

20h – Amilton Godoy e Homenagem ao Zimbo Trio

Local: Os artistas estarão no Teatro Juarez Machado, sem plateia, com transmissão online

4 de dezembro, sexta-feira

15h – Alon Goldstein (Israel)

Local: online

17h – Jeff Gardner Trio (EUA)

Local: Drive-in no Shopping Mueller (estacionamento)

19h – Alberto Heller

Local: O artista estará no Teatro Juarez Machado, sem plateia, com transmissão online

20h30 – Luciano Leães Trio

Local: Drive-in no Shopping Mueller (estacionamento)

5 de dezembro, sábado

16h – Armands Abols (Letônia)

Local: online

18h – Adrian Iaies y el Colegiales Trio (Argentina)

Local: O artista estará no Teatro Juarez Machado, sem plateia, com transmissão online

20h30 – Mūza Rubackyte (Lituâna)

Local: A artista estará no Teatro Juarez Machado, sem plateia, com transmissão online

6 de dezembro, domingo

11h – Fernando Leitzke (convidado especial: Oscar Bolão)

Local: Os artistas estarão no Teatro Juarez Machado, sem plateia, com transmissão online

17h – Olívia Tebaldi

Local: A artista estará no Teatro Juarez Machado, sem plateia, com transmissão online

19h30 – Cristovão Bastos

Local: O artista estará no Teatro Juarez Machado, sem plateia, com transmissão online

Destaques do NSC Total