Cobrindo apenas do 22% do público-alvo, a campanha de vacinação contra a dengue está avançando abaixo do esperado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Santa Catarina. Por enquanto, os imunizantes estão sendo aplicados apenas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, nas regiões Nordeste e Grande Florianópolis.
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— Pelo cenário epidemiológico que a gente está vivendo, achávamos que a procura pela vacina seria maior. Isso não é só uma questão do serviço de saúde, também é uma questão da procura das pessoas — afirma o diretor de Vigilância Epidemiológica da SES, João Fucks.
Na região Nordeste, que foi a primeira a receber o lote de imunizantes, em 24 de fevereiro, a cobertura vacinal é de 31,49%, enquanto na Grande Florianópolis, que começou a vacinar em 8 de abril, a cobertura é de 13,3%. Em relação à quantidade de doses recebidas até agora, a região da Capital está avançando mais rápido: em duas semanas, 47,3% da remessa já foi aplicada, diante dos 77,3% atingidos em dois meses no Nordeste do Estado.
Segundo o diretor, vários fatores explicam a baixa adesão:
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— Com a vacina da Covid, a gente teve muitas discussões e informações falsas circulando. A vacina foi colocada em xeque em muitos momentos. Foi alegada uma falta de segurança e acho que as pessoas ficaram bastante receosas, apesar das vacinas serem seguras. Mesmo essas vacinas mais novas que estão sendo incorporadas pelo SUS passaram por várias fases de estudo e têm bastante segurança.
Outra questão é a dificuldade em alcançar o público-alvo.
— Vacinar adolescentes não é tão simples. Não é um público que vai para a unidade de saúde de forma espontânea. É um desafio que a gente já viu com a vacinação do HPV e da meningite. Não é que nem criança, que os pais já têm um calendário formado no primeiro ano de vida. São estratégias diferentes.
Estratégias para ampliar a vacinação
João Fucks diz que o governo estadual está discutindo estratégias com os municípios, como o remanejamento de doses. Recentemente, outros estados do Brasil tiveram que remanejar vacinas que estavam próximas a atingir a validade.
— A gente vai ter que trabalhar muito com comunicação para sensibilizar as pessoas de que a vacina da dengue é importante — afirma.
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A ampliação da faixa etária para a vacinação, segundo o diretor, ainda não está sendo discutida. A decisão é do governo estadual em conjunto com o Ministério da Saúde, que é responsável pela gestão do Programa Nacional de Imunizações.
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