Um segundo sorteio de chaves para as famílias contempladas com os apartamentos do condomínio da Ponta do Leal aconteceu na noite desta sexta-feira (11) no prédio da Caixa Econômica Federal da Beira-Mar Norte, em Florianópolis. Segundo a prefeitura, mais oito famílias se encaixaram nos requisitos do governo federal e puderam particular.
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Por conta desse novo sorteio, a entrega das chaves, prevista inicialmente para acontecer no dia 26 de dezembro, foi adiada para a sexta-feira que vem, 18 de janeiro. No entanto, segundo as lideranças da comunidade extremamente carente do Estreito, região continental da cidade, mais de 20 famílias ficaram de fora do sorteio.
— Está todo mundo em estado de nervos, porque a gente não sabe se vai ficar de fora e perder nossa casa! — lamenta o pescador Davi Jeanpiere Carvalho, de 21 anos.
Os moradores prometem não deixar as palafitas.
De acordo com o secretário de Infraestrutura e Habitação de Florianópolis, Valter Gallina, as pessoas que não contempladas deverão receber um benefício em outra região de Florianópolis. No entanto, essa questão ainda está em análise na pasta.
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— Ainda não posso passar nada. Estamos discutindo um bom negócio, para que essas pessoas saiam e tenham onde ficar. Estamos negociando um aluguel social.
O secretário informou que tão logo os contemplados deixem suas casas, a prefeitura irá passar o trator e derrubar tudo. Por isso a aflição dos moradores. No entanto, ninguém vai ficar sem ter onde morar, garante Gallina.
O espaço onde hoje ficam as palafitas da Ponta do Leal, às margens da Baía Norte, deverá receber uma praça pública, para que os próprios moradores, uma vez dentro dos apartamentos subsidiados, possam usufruir.
O local onde hoje essas famílias moram é formado por casebres e palafitas de madeira apodrecida pela maresia, à beira da Baía Norte, sem qualquer saneamento ou serviço público.
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Sobre o condomínio
São 88 apartamentos financiados com recursos do governo federal, que somam R$ 5,7 milhões. O residencial fica numa área de 4.135 metros quadrados, na Rua Quinze de Novembro, em um terreno que pertencia à União e ao Município e foi doada ao Fundo de Arrendamento Residencial.
Os apartamentos têm sala, cozinha, área de serviço, sacada e banheiro. O condomínio tem também playground, estacionamento para carros e motos. Cada proprietário irá pagar 10% do valor total do imóvel, que custa R$ 64 mil, em parcelas que não ultrapassem 5% da renda total familiar. O teto da renda familiar para ser contemplado fora fixado em R$ 3,6 mil.
O prédio começou a ser construído em 2014, fruto de uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal. O MPF exigiu que a prefeitura retirasse as casas da beira do mar e incluísse os moradores num programa habitacional.