Levantamento do Jornal de Santa Catarina feito em 10 municípios do Vale do Itajaí revela que em sete deles o prefeito ganha salário acima dos R$ 20 mil. Esses valores chegam a ser maiores do que os recebidos por chefes do Executivo de capitais. Devido à crise econômica, alguns desses prefeitos do Vale têm promovido cortes nos próprios vencimentos.

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Para o cientista político e professor do curso de Ciências Sociais da Furb, Jorge Gustavo de Oliveira, os cortes anunciados pelas prefeituras são válidos, principalmente porque demonstram preocupação do poder público com a economia. Mas, além disso, ele avalia a disparidade dos vencimentos de muitos chefes do poder Executivo como um reflexo da desigualdade salarial na sociedade brasileira:

– Existem na mesma empresa pessoas ganhando 20, 30, 50 vezes mais que um colega por exercer uma função diferente. Paga-se excessivamente um e penaliza-ze outros. As pessoas estão cumprindo obrigações, são importantes naqueles serviços e têm salários tão desiguais.

O professor ressalta ainda que a manutenção dos altos salários nos principais setores políticos faz com que os que detêm o poder consigam repassar seus valores para as próximas gerações e, inclusive, para os que não são beneficiados diretamente, mas que mantêm esses ciclos de poder.

– Essa análise dos altos salários tem que ser feita no conjunto da sociedade, porque essas disparidades também ocorrem no setor privado. Só assim será possível construir uma sociedade mais justa, porque a riqueza é gerada socialmente, mas fica nas mãos de poucos.

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Confira abaixo os valores: