Dados do serviço climático da União Europeia, o observatório Copernicus, indicam que 2025 está praticamente garantido como o segundo ou terceiro mais quente da história desde que começaram os registros modernos. De acordo com a pesquisa, divulgada nesta terça-feira (9), o ano está possivelmente empatado com 2023, atrás apenas de 2024.

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Ainda, a média de 2023 e 2025 caminha para ultrapassar, pela primeira vez, a marca de 1,5 °C acima do nível pré-industrial. Segundo a agência, esse patamar reforça que “estamos vivendo a década em que o limite de 1,5 °C tende a ser ultrapassado”, evidenciando o ritmo acelerado das mudanças climáticas.

— Esses marcos não são abstratos, e a única maneira de mitigar o aumento futuro das temperaturas é reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa — disse Samantha Burgess, líder do Copernicus para o clima.

De acordo com o levantamento, cientistas consideram fundamental conter as taxas abaixo de 1,5°C para evitar o aumento do nível do mar, o desaparecimento de países insulares e a morte de recifes de corais.

Apesar disso, a ciência já é capaz de afirmar que a meta de 1,5°C será perdida nos próximos anos. Os países reunidos na COP30, a conferência das Nações Unidas sobre a mudança climática realizada em Belém do Pará, se comprometeram a limitar a duração e a magnitude da ultrapassagem do patamar mais seguro.

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Mês de outubro bateu recorde de calor

Segundo o boletim, outubro de 2025 registrou temperatura média global de 15,14 °C — 0,70 °C acima da média do período 1991–2020 e cerca de 1,55 °C acima da média pré-industrial (1850–1900). Com isso, o mês foi oficialmente o terceiro outubro mais quente já medido globalmente.

A Europa aqueceu mais que o restante do hemisfério, sendo 1,06°C acima das temperaturas de 1990 a 2020 para a estação, e teve o quarto outono mais quente da série histórica.

O relatório do observatório europeu destaca que o norte do Canadá, o oceano Ártico e a Antártida registaram grandes aumentos nas tabelas de tarifas em novembro, enquanto a Ásia enfrentou situações mistas. O nordeste da Rússia, por outro lado, teve frio acima da média.

A média global da temperatura dos oceanos marcou 20,42°C em novembro, o quarto maior valor para o mês. O mar da Noruega esquentou muito mais que o normal, chegando a níveis recordes, assim como o mar de Coral, na costa leste da Austrália.

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Já o Sul do Brasil foi afetado por uma seca além do comum, segundo o Copernicus. O mesmo aconteceu no norte do México, no Sul dos Estados Unidos e em boa parte da Ásia ocidental e central.

A extensão do manto de gelo no Ártico em novembro foi 12% menor que a média, sendo a segunda menor medição para o mês. Na Antártida, a dimensão das geleiras foi 7% inferior à média, a quarta marca mais baixa para o período.

*Sob supervisão de Vitória Loch

**Com informações da Folha de S. Paulo