Mas os problemas de Dr. Blumenau estavam apenas começando. Depois de conseguir viabilizar a aquisição de terras em Santa Catarina, Hermann começou a propagandear a colonização e havia conseguido convencer centenas de alemães a ajudar a povoar as margens do Itajaí-Açu.

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E até conseguiu, tanto que em março de 1850 ele embarcou novamente rumo ao Sul do Brasil, onde encarou uma difícil viagem de 84 dias repleta de contratempos. Isso porque o navio em que Blumenau estava ficou sem água potável, o que motivou uma parada de quase quatro semanas ao Norte do Equador.

Além disso, algumas mudas de árvores frutíferas trazidas pelo colonizador morreram, tal como as roseiras que havia trazido na embarcação. Para piorar, na chegada ele recebeu uma carta de uma jovem com quem iria se casar, informando que ela estava desistindo do casamento por temer o exótico Brasil.

Como se as coisas não pudessem ficar ainda mais complicadas, Ferdinand Hackradt desistiu da sociedade e Hermann se viu sozinho e sem dinheiro, antes mesmo de seguir viagem até o vale que havia adquirido e onde estava disposto a construir a colônia. Com a ajuda de um amigo, Blumenau conseguiu recursos suficientes para embarcar a Desterro, mas uma tempestade o fez perder o navio que só partiria novamente em duas semanas.

Enchentes da colônia também trouxeram prejuízos a Dr. Blumenau.
Enchentes da colônia também trouxeram prejuízos a Dr. Blumenau. (Foto: Arquivo Histórico de Wolfenbüttel)

Aí vieram mais problemas. Ainda em 1850, o navio com suprimentos encomendados por Blumenau para começar a construção da colônia foi interceptado pela Marinha Britânica, que achava que a embarcação poderia ter alguma ligação com o tráfico de escravos, prática que era proibida na época.

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O dinheiro da herança, investido nessa carga, foi por água abaixo já que praticamente tudo ficou pelo caminho – desde colmeias, árvores, até utensílios para um engenho de produção de açúcar de cana, aguardente e álcool. Além de todos esses contratempos, 250 colonos que viriam para a Colônia Blumenau foram aliciados e seguiram viagem para o Sul do Chile.

Sobraram apenas 17 (confira a lista abaixo), que chegaram em 2 de setembro e marcaram a fundação da cidade.

O problema é que a colônia instalada traria ainda mais dores de cabeça para Dr. Blumenau. Primeiro com a notícia da morte da mãe, depois com as reclamações constantes dos colonos pela falta de investimentos (devido à escassez de verbas) e os ataques dos bugres. Pouco mais de dois anos após a fundação, Blumenau ainda lidou com a primeira enchente já registrada, em 29 de outubro de 1852. Esses obstáculos foram suficientes para desanimar Hermann, porém não para fazer com que ele desistisse. Tanto que passados os anos, a colônia prosperou.

– Nas cartas escritas, Dr. Blumenau não se abria. Ele sempre foi muito metódico, teve muita persistência, e pedia ajuda ao governo imperial. Isso ele fez de uma maneira muito estruturada. Acho que ele sofreu muito, mas abriu mão de mostrar esse sofrimento, já que a persistência era maior – aponta a antropóloga Sabine Kiefer.

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Não deixo cair nem a coragem, nem a esperança, consolando-me com o fato de que Roma também não foi erguida em um dia apenas, e que a persistência já construiu grandes obras

Podcast

Confira mais sobre essa fase da vida de Hermann Blumenau. Confira o podcast:

Quem foram os 17 primeiros imigrantes de Blumenau

Reinold Gartner

Francisco Sallenthien

Francisco Sallenthien

Paulo Kellner

Júlio Ritscher

Guilherme Friedenreich

Minna Friedenreich

Clara Friedenreich

Alma Friedenreich

Daniel Pfaffendorff

Frederico Geier

Frederico Riemer

Erich Hoffmann

André Kolmann

Joanna Kolmann

Maria Kolmann

Cristina Kolmann

André Boettscher

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