Cabelo solto, sorriso no rosto, unha pintada e 17 anos de vida. Quem olha para a tímida Bruna Genoin, pensa que a blumenauense é apenas mais uma à espera do início da faculdade para começar a pleitear uma vaga no mercado de trabalho. Nada disso. É só a adolescente colocar as luvas, o macacão e o capacete, para se transformar em uma pilota de drift e deixar muito marmanjo comendo poeira.
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Nascida e criada na Itoupava Central, desde criança Bruna mostrava a sua paixão pelo automobilismo. O incentivo vinha de dentro de casa, afinal de contas não é qualquer um que tem o campeão brasileiro de rally de velocidade, Toninho Genoin, como pai. O piloto, inclusive, abriu mão de competições este ano (disputou as duas primeiras etapas do torneio nacional) para investir na carreira da filha e motivá-la a seguir no automobilismo.
– Quando ela era pequena colocava meu capacete, saía com ele na cabeça e queria que eu a ensinasse a dirigir. Parece que ela sempre teve a velocidade correndo na veia e tudo isso nos motiva ainda mais – conta o pai.
Ao lado do irmão, Marcos, as brincadeiras de infância eram normalmente em cima de um carrinho de rolimã – aquele mesmo, comum entre as crianças décadas atrás – ou empinando bicicleta pelas ruas do bairro, amostras que desde pequena Bruna tem paixão por manobras e esportes que envolvam adrenalina. Brincar de boneca? Nem pensar.
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– Se brinquei de Barbie uma vez na vida, acho que foi muito. O que queria mesmo era ação – completa Bruna.
Primeira pilota de drift do Estado
Em meio ao som das derrapagens, frenagens, cheiro de pneu queimado e à fumaça que impera sobre o asfalto no drift de Santa Catarina, Bruna aparece como única mulher. Muito embora o automobilismo esteja ficando cada vez mais plural – a experiente Bia Figueiredo que já passou pela Fórmula Indy e hoje integra o quadro da Stock Car é um exemplo -, a presença feminina ainda é pequena.
– O preconceito ainda é muito grande. Quando andava de kart, os meninos batiam em mim de propósito, tiravam da pista, só pelo fato de eu ser menina. Agora que estão começando a respeitar um pouco mais – comenta a pilota.
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Bruna participará de sua primeira competição já no mês que vem, em São Paulo, na prova Drift Interlagos. Mesmo com pouco tempo de preparação – apenas 17 dias de treino – ela garante que está pronta para o desafio.
– Pretendo seguir carreira e, para isso acontecer, preciso estar pronta para tudo que aparecer pela frente – defende.
Evento marcou inauguração de escola de drift
O mesmo dia que apresentou Bruna Genoin aos fãs de automobilismo marcou também o início das operações da Drift Escola, primeiro centro de referência da modalidade no Sul do Brasil, com sede no kartódromo internacional do Beto Carrero. A proposta é idealizada pelo atual campeão brasileiro de drift, Márcio Vieira, o Kabeça.
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– A ideia surgiu com o objetivo de mostrar às pessoas que é possível ter adrenalina ao volante e velocidade aliado com segurança. O esporte é relativamente barato em comparação a outros no automobilismo e isso motiva as pessoas a nos procurar. Não é um mundo distante – explica Kabeça, que também é instrutor de direção defensiva.
Um curso de drift com carga de 8 horas em três dias tem o custo de R$ 5 mil, enquanto outro com foco em competição, tem o valor de R$ 8 mil, para 16 horas no total.