E não foi fácil para eles também. Cerca de 50 argentinos se reuniram, como tem ocorrido em todas as partidas da seleção hermana, no bar Rockabilly em Canasvieiras. Bandeiras, cantos e muito entusiasmo. Mas ao longo da partida contra a Suíça, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, o zero a zero deixou a hinchada angustiada e até mudou o tom da torcida.

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Antes divertida, na prorrogação ficou indignada. Quando Messi fez grande jogada e deixou Di Maria marcar o gol da vitória, a euforia veio a tona e ele mal viram a pressão final da Suíça. Cantavam apenas.

– Ole ole ole, ole ole ole ola. A cada dìa te quiero más. ÊÊÊ Argentina, el sentimento que non puede acabar.

Quando o hino nacional da Argentina começou a tocar no estádio Itaqueirão, em São Paulo, em Canasvieiras alguns torcedores se levantaram e acompanharam diante a televisão. Entre eles Lucas Romero, Geraldo Gomes e Julio Godoy. Que estavam em Porto Alegre na última partida, mas sem ingressos apenas curtiram a cidade. Agora eles passam três dias em Florianópolis antes de ir a Balneário Camboriú.

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– Viemos a Florianópolis porque nos disseram que é muito linda. E é incrível. Praias lindas – disse Romero.

Mas nem todos que acompanhavam o jogo eram argentinos. Ainda que vestidos com a camisa dos hermanos, Tatiane Sanchez e Henrique Vessi, são brasileiros. Os casal paulista mora em Florianópolis há quatro meses e juram que a simpatia pelo a Argentina não irá seguir até a final.

– Não não. Se tiver final esse papo de amizade aqui no bar fica fora. Vamos torcer apenas para o Brasil – garante Vessi

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Também com a camisa da argentina o empresário Paulo Oliveira, acompanha a partida mais de canto, ao lado do amigo também brasileiro, mas secador, Jeferson Cintra. Oliveira prefere que os hermanos sigam em frente na Copa para continuar o movimento no bairro Canasvieiras que tem rendido fluxo para a empresa de aluguel de carros.

– Nesse mês aluguei todos os carros da minha frota, para argentinos viajarem, ou até para ficarem aqui – explica oliveira.

Ao final da partida, os torcedores argentinos são tomados pela angústia. Ficam sentados, levantam. Um deles fuma cigarros sem parar e outra reclama da arbitragem. Os cantos dão espaço para chiados.

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– NOOO, asì no.!!!

Palavrões não faltam, unhas são devoradas, e cabelos são bagunçados. Outro diz que o time suíço está fechado demais e por isso é tão difícil jogar. Um terceiro reclama do juiz, de novo. Bem próximo da televisão, Gustavo Pramori dá a dica.

– Precisa atacar com mais força e chutar mais a gol. Muito toque e pouco agressividade – sugere o torcedor de Buenos Aires, que veio visitar o filho que mora em Canasvieiras.

Em contra-ataque rápido, a Argentina avançou com quatro jogadores. Messi largou para Di Maria e gol!

Pramori saltou da cadeira e abraçou seus companheiros. Lucas Romero desabou em lágrimas e praticamente saltou sobre os demais. Abraçados, pulando e berrando, la hinchada argentina catava. O sonho de uma final com o Brasil se mantinha vivo e e emoção era tanta que nem viram a bola na trave da Suíça.

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Suerte ou não, eles estão chegando. Como nós aos trancos e barrancos. Mas eles estão perto. Bem perto.

– Uma final com o Brasil. Seria perfeita – resume o desejo Romero.

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