Com a reeleição de Carlos Arthur Nuzman para mais um mandato à frente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), as atenções se voltam para os Jogos Olímpicos Rio-2016. Assim, a entidade começará a pôr em prática o plano estratégico elaborado para que o Brasil alcance a meta de ser top 10 no quadro de medalhas. O COB aposta em 18 modalidades para buscar um total de 30 medalhas.
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Em seu planejamento, a entidade dividiu as modalidades em quatro grupos: vitais, potenciais, contribuintes e legado (mais detalhes abaixo). Os 18 esportes selecionados, no entanto, integram apenas os dois primeiros grupos.
Cada uma das 18 modalidades, cuja relação completa o COB não revela para não desestimular as confederações a investirem nas demais, ganhou um livro com uma extensa análise de sua situação.
– Passamos três, quatro dias com cada uma das confederações, com acompanhamento do Ministério do Esporte. Esse livro mostra como está a modalidade, aonde pode chegar, as probabilidades de medalhas, os atletas, os adversários, quem teve lesão, se já operou, quais sãos os projetos prioritários, quanto custa cada um e quem pode pagar a conta – explicou o superintendente executivo de esportes do COB, Marcus Vinícius Freire.
Como exemplo, o dirigente mostrou à reportagem do LANCE! o livro do judô. Nele, foram analisados cada um dos 14 pesos (sete no masculino e sete no feminino). O COB traçou o perfil de cada atleta brasileiro bem como dos rivais, com atenção especial para a idade.
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A entidade pretende acompanhar o desempenho dos atletas ano a ano. Caso os resultados não estejam dentro do planejado, o competidor pode deixar o programa. No caso do judô, a ideia do COB é trabalhar com três atletas por peso.
– Também estudamos o que é feito com o dinheiro dos patrocinadores. No caso do judô, qual o destino dos recursos da Infraero, Mizuno, Scania. E o que falta fazer. Cada modalidade tem desenhado seus projetos prioritários e vamos ajudar a selecioná-los – disse Freire.
Consultor americano continua
Ex-diretor de alta performance do Comitê Olímpico dos Estados Unidos (Usoc), Steve Roush seguirá na função de consultor de alto rendimento do COB, cargo que exerce desde o início de 2010. Seu contrato será renovado até o fim de 2013, mas a intenção da entidade é a de contar com o americano até o Rio-2016.
– O contrato com o Steve é renovado ano a ano – explicou Marcus Vinícius Freire.
Perguntado se Roush ficou satisfeito com o resultado do Brasil em Londres, Freire disse que ainda não conversou com o americano. A previsão é a de que ele chegue hoje no Rio:
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– O papel do Steve em Londres nada teve a ver com resultado. Muitas pessoas do COB mudaram de função em Londres e ele cuidou do CT de Crystal Palace pois já tinha vivido isso.
Bate-Bola
Marcus Vinícius Freire
Superintendente executivo do COB
A aposta é em 18 modalidades. É o suficiente para atingir a meta?
Ninguém ganha medalha em todos os esportes. Se a China ganha em 22 modalidades, nós queremos mais de 10. Talvez 13, 15.
Mas o Brasil ainda precisa de um grande carro-chefe, não?
Nossos carros-chefes são pequenos. O judô ganhou quatro medalhas em Londres. Assim, estamos competindo com Hungria, Irã. A Austrália ganhou dez medalhas só na natação. Nossa ideia é ganhar medalhas numa quantidade maior de modalidades.
O plano Brasil Medalhas 2016, do governo federal, ajuda?
Ajuda 100%. Esse plano é igual ao nosso plano estratégico, entregue ao governo dois meses antes de Londres. A base é ganhar mais medalhas nos esportes que já temos tradição e obter conquistas em modalidades novas.
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A divisão das modalidades:
Vitais
São as que o Brasil tem tradição de ganhar medalhas nos Jogos Olímpicos, como atletismo, vela, natação, judô, vôlei e vôlei de praia.
Potenciais
São as que têm um trabalho em andamento e podem ganhar medalha, casos do boxe, da ginástica artística, pentatlo moderno e taekwondo.
Contribuintes
São as que ainda não têm um grande trabalho, mas possuem atletas com chance de medalha, como águas abertas, handebol e ciclismo BMX.
Legado
São as que não vão brigar por medalha em 2016, somente a partir de 2020. Casos do hóquei sobre grama, rúgbi, badminton e esgrima.
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