Lá vai ele de novo. Homem mais resistente das Américas e o segundo do mundo, o blumenauense Daniel de Oliveira vai em busca daquilo que não conseguiu no ano passado: conquistar o Decaman, competição que equivale a 10 Ironman. Nessa loucura elevada à décima potência, o superatleta disputará uma prova de ultratriathlon cujo objetivo é nadar 38 quilômetros, pedalar 1,8 mil quilômetros e correr 422 quilômetros. Tudo isso com sonecas de duas ou três horas e uma alimentação hipercalórica que dê energia suficiente para que ele termine todos esses percursos em menos de 190 horas.

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Como ele vai conseguir isso? Explicar não é uma tarefa fácil, mas Daniel diz ter a receita que não é composta só por uma dura rotina de treinos, preparação, alimentação, entre outros hábitos considerados “fitness”:

– Tenho que manter a cabeça no lugar.

Isso porque no ano passado, quando disputou a mesma competição na cidade de León, no México, ele teve problemas. Sofreu com a ansiedade e desorganização por parte da organização do evento, além de ter lidado com uma grave lesão no pé direito. Nesse ano, depois de já ter competido e sabendo daquilo que enfrentará pela frente em Nova Orleans, nos Estados Unidos, Daniel vai mais confiante. Some isso à preparação intensa e à tranquilidade, e é possível projetar a conquista. O único problema, novamente, será a falta de suporte do lado de fora do circuito.

– Das problemáticas que eu tenho, novamente a principal é a falta de staff. Terei de ir sozinho – explica Daniel.

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O blumenauense está exageradamente confiante de que não apenas será o campeão, como quebrará o recorde mundial, tornando-se o homem mais resistente do mundo. Arrogância? Que nada. Na avaliação de Daniel essa autoconfiança de que tudo dará certo durante o Decaman é uma consequência da bagagem adquirida em 2017.

– Ganhar eu vou de qualquer jeito. Farei a prova em menos de 190 horas. A regra principal é que as coisas só acontecem quando você olha para eles. Eu só olho para esse propósito (de ser campeão e recordista). Vou fazer a prova mais focado e deixar de ser bonzinho, como fui no ano passado – aponta o atleta.

“Engorda” em Blumenau e clima favorável nos EUA

Uma das fases da preparação de Daniel de Oliveira para o Decaman ocorreu no mês de outubro e é, no mínimo, curiosa: engordar. Para garantir energia e suportar os dias intensos que terá pela frente, ele ganhou cinco quilos que devem ser perdidos durante a prova, que conta com pausas – pequenas, é verdade, para evitar a perda de tempo – para a alimentação. Além disso, outro ponto favorável ao blumenauense são as condições climáticas no Fontainebleau State Park, local em que será a competição. Diferente do México – quando os termômetros iam de 5 ºC a 35 ºC –, em Nova Orleans as temperaturas deverão variar entre 10 ºC e 20 ºC, o que facilita a logística e o desempenho do atleta.

– A pista é muito melhor, é totalmente plano. E a promessa é que seja melhor organizado. Temperatura lá é para variar menos. Uma temperatura boa, e aí não precisa ter tanta troca de roupa, que é mais uma perda de tempo – explica.

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Campeão do Quintuple Iron em 2016, Daniel embarca hoje para os EUA. A competição começa dia 6 de novembro e todos os 16 superatletas inscritos precisarão terminá-la até o dia 19 – embora o blumenauense queira finalizá-la em menos de oito dias. Países como Hungria, EUA, Reino Unido, Canadá, Suécia, Alemanha, França, Nova Zelândia e Itália estarão representados. É possível acompanhar o desempenho de todos no site decamanusa.com. Os índices de cada atleta serão atualizados a cada hora.

Daniel ficou conhecido por nadar no rio Itajaí-Açu

Nadar no rio Itajaí-Açu não é um dos hobbies mais seguros ou saudáveis. Mas foi por fazer isso uma vez por mês que Daniel de Oliveira ficou conhecido, graças a uma matéria do Santa em outubro de 2016. Clique aqui em relembre.