Os protestos em Lagos, na Nigéria, que na terça-feira (20) deixaram ao menos um morto e 25 feridos, aumentaram sua violência com prédios incendiados pela repressão com armas de fogo, condenada nesta quarta-feira (21) pela União Europeira e pela Organização das Nações Unidas (ONU). 

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A União Europeia julgou “crucial que os responsáveis por esses abusos compareçam à Justiça e que prestem contas”, enquanto a ONU pediu “o fim da brutalidade e dos abusos policiais na Nigéria”.

Apesar do toque de recolher, vários prédios foram incendiados nesta quarta-feira, como a sede de um canal de televisão relacionado a um eminente político do partido no poder, assim como uma estação de ônibus e inúmeros prédios públicos e privados.

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O país está abalado pelo sangrento tiroteio de terça-feira contra manifestantes pacíficos. “Terça sangrenta”, “Terça sombria” diziam as manchetes de inúmeros jornais nigerianos e nas redes sociais, onde os pedidos de renúncia do presidente Muhammadu Buhari se multiplicam.

A presidência da Nigéria pediu “calma” aos manifestantes em um comunicado publicado nesta quarta-feira pela manhã, sem mencionar a violência do dia anterior. 

Milhares de jovens nas grandes cidades da Nigéria vão às ruas há duas semanas para denunciar a violência policial e o poder central. Até ontem, 18 pessoas, entre elas dois policiais, morreram nos protestos. 

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As mais de 1.000 pessoas que se reuniram na terça-feira no ponto de pedágio de Lekki foram dispersadas com tiros de munição letal, após o anúncio do toque de recolher total para sufocar o movimento de protesto iniciado há quase duas semanas. 

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Uma jornalista da AFP ouviu disparos perto de Lekki durante a madrugada de terça para quarta-feira, enquanto os distritos de negócios das ilhas de Lagos e todas as lojas dessa cidade de 20 milhões de habitantes permaneciam fechados.

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A ONG Anistia Internacional declarou à AFP que vários manifestantes morreram na terça-feira, mas ainda estão tentando “determinar o número exato”.

O governador do estado de Lagos, Babajide Sanwo-Olu, reconheceu no Twitter que houve um morto pelo tiroteio contra manifestantes que desafiaram o toque de recolher na noite de terça-feira em Lagos, capital econômica da Nigéria.

“Tenho a responsabilidade sobre este incidente infeliz e vou trabalhar com o governo federal para elucidar o que aconteceu”, escreveu no Twitter o governador. 

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Sanwo-Olu afirmou ainda que a repressão escapou de seu controle. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram homens vestindo uniformes militares atirando com armas de fogo, mas o Exército chamou as imagens de “fake news”. 

As estrelas da música Beyoncé e Rihanna também reagiram. Beyoncé escreveu no Instagram: “estou com as irmãs e irmãos nigerianos”, enquanto Rihanna escreveu no Twitter: “Não suporto ver a tortura e brutalidad que nossos países ainda vivem”.  

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