Ponto de encontro para os amantes da gastronomia, da corrida de rua e dos esportes náuticos, a Beira-rio de Itajaí, como é conhecida a Avenida Ministro Victor Konder, vai ter reforçada a vocação turística. Um projeto de reurbanização, em fase de conclusão, pretende atrair mais pedestres e ciclistas com alterações nos passeios, além de reforçar a marca da Via Gastronômica.

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A ideia da Secretaria de Turismo é manter a cidade com olhos voltados para o rio, fonte de suas principais riquezas, como o porto e a pesca. Hoje um dos principais pontos turísticos da cidade, endereço de boa parte dos restaurantes, sede oficial da Marejada e da Associação Náutica de Itajaí (ANI), a Beira-rio é exemplo positivo de aproveitamento dos recursos naturais – mas nem sempre esteve ali.

A estrutura surgiu através de um aterramento, no início da década de 1980, como conta o professor e historiados Edison d?Ávila, hoje também secretário da Educação de Itajaí. Mas a história da avenida começa antes, na década de 1930.

Até então a região era conhecida como Praia da Fazenda, com as ondas batendo onde hoje fica a Beira-rio. Foi quando começaram a ser construídos os molhes e o que era mar virou uma enseada, hoje Saco da Fazenda.

– Na década de 1980, sentiu-se a necessidade de criar um terminal de ônibus. O prefeito da época, Amílcar Gazaniga, percebeu que dava para aterrar a região que ficava ao lado da antiga empresa Atlântico Sul. O terminal, então, foi construído onde hoje fica a Marejada – conta d?Ávila.

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Os estudos feitos na época apontavam que era possível aterrar um trecho maior, até às proximidades do Ribeirão Schneider, no Bairro Fazenda. A rua, na época, ia até onde hoje fica a Vila da Regata e se resolveu então criar uma nova avenida. No final da rua, foi construída a Praça Genésio Miranda Lins.

Nos anos 1990, a Marejada acontecia em paralelo ao funcionamento do terminal, no mesmo espaço. Com a festa se firmando, o prefeito João Macagnan transferiu o terminal para o Bairro Fazenda. O Centreventos, por sua vez, foi inaugurado no governo de Volnei Morastoni, em 2008.

– A ideia inicial da Beira-rio era para receber residências de um padrão mais elevado. Mas logo ela demonstrou a vocação gastronômica que tem até hoje – comenta o professor.

Revitalização prevê mudanças

A realização da Volvo Ocean Race, em 2012, a confirmação da volta da competição para a cidade em 2015 e a chegada da regata francesa Jacques Vabre em novembro deste ano, mostram um novo potencial turístico a ser explorado na Beira-rio.

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O projeto de revitalização do Saco da Fazenda (também conhecido como Baía Afonso Wippel), apresentado pela administração do Porto de Itajaí, começa a ser executado no próximo mês. Até novembro, a previsão é que já esteja pronto o espaço para pelo menos 60 embarcações.

O valor da obra, que será executada e administrada por um consórcio de Joinville, é de R$ 4 milhões e prevê que sejam construídos, nos primeiros cinco anos, pelo menos 350 vagas na baía. O projeto final prevê espaço para 800 embarcações, com vagas secas e molhadas.

Teleférico

O diretor financeiro do porto, Alexandre Santos, diz que as obras da marina estão dentro do prazo previsto. Informou também que o projeto prevê, dentro da marina, espaço para restaurante e hotel. Entre as obras previstas para a Beira-rio também está a construção do Instituto Kat Schürmann e um novo prédio para a Polícia Federal.

As ideias de revitalização incluem ainda a criação de um teleférico, que ligaria o Centreventos de Itajaí até o Morro da Atalaia. Apesar de a prefeitura já ter um estudo preliminar para a obra, a administração do porto diz que essa ainda é uma ideia embrionária.

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*Colaborou Daniela Matthes