Considerando que a educação não deve ficar restrita ao espaço escolar e que todas as pessoas que fazem parte de uma comunidade (associações esportivas, ONGs, conselhos comunitários, clubes recreativos, pessoas físicas) podem e devem participar da formação de crianças e adolescentes locais, a Prefeitura Municipal de Florianópolis vem implantando o Projeto Bairro Educador. O programa, que propõe parcerias entre PMF, instituições privada e outras entidades, já está em 16 bairros do município e pretende oferecer educação integral e contínua aos alunos da rede pública de ensino.
— A Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, a fim de ampliar as possibilidades de educação dos estudantes da rede pública de ensino para além dos muros das escola, criou o Bairro Educador como forma de investir no fortalecimento da comunidade escolar. Buscando e ampliando articulações e convênios com pessoas, instituições e entidades locais, o projeto contribui ativamente enriquecer o capital humano e social da cidade — explica o superintendente do projeto Bairro Educador, Guilherme Pontes.
O modelo do projeto foi inspirado no conceito de “Cidades Educadoras”, que tem sido implantado em diversos municípios do país. Esse conceito foi criado em 1990, pela Associação Internacional de Cidades Educadoras (AICE), da qual o Brasil faz parte há quase três décadas, e defende que a formação dos alunos da rede pública não deve estar restrita ao ambiente escolar e que a educação dos pequenos cidadãos deve envolver outras esferas da sociedade.
— Para que o Bairro Educativo tenha o sucesso esperado em Florianópolis, estamos trabalhando em articulações entre a gestão pública, pais, professores, agentes comunitários, assistentes sociais, organizações não governamentais e outras instituições. Nossa intenção é mobilizar essas pessoas para que a sociedade entenda que o futuro das crianças e jovens matriculadas na rede pública de ensino pode ser ainda melhor se unirmos forças — afirma Gean Loureiro, prefeito de Florianópolis.
Como funciona o Bairro Educador
Pensar em um bairro como território de aprendizagem é o grande diferencial do projeto, ou seja, na visão pedagógica adotada para a criação do Bairro Educador, o local onde os alunos vivem passa a ser espaço de aprendizagem e de experiências. Isso se dá com aulas extracurriculares, oficinas para os alunos e eventos públicos abertos à participação comunitária.

Incentivar o uso e o compartilhamento de espaços públicos, como praças, bibliotecas, ruas de lazer e quadras esportivas, e disponibilizar recursos da escola para a comunidade são ações que fazem parte do projeto de ocupação dos lugares como uma maneira de diminuir a ociosidade e a violência. Quando a população entende que as estruturas públicas são de uso da própria população, acaba tomando para si a responsabilidade de cuidar. E isso acontece tanto com bens materiais quanto com imateriais, como a educação.
— O Bairro Educador visa ser uma grande ferramenta para combater a violência e estimular a integração entre bairro e comunidade escolar — defende Loureiro.
Os primeiros bairros a receberem o projeto estão em áreas de vulnerabilidade social, por isso, a intenção inicial é articular a educação formal com a informal de modo a explorar os diversos conhecimentos, habilidades e experiências das pessoas do local, promovendo vivências entre pessoas de idade e níveis de escolaridade diferentes, valorizando os diferentes saberes (populares e acadêmicos) e aumentando a autoestima da população.
Bairros atendidos pelo
Atualmente, 16 bairros são atendidos pelo programa Bairro Educador em Florianópolis, são eles: Córrego Grande, Monte Verde, Morro do Horácio, Morro da Mariquinha, Morro do Mocotó, Serrinha, Ingleses, Vargem do Bom Jesus, Vargem Grande, Coloninha, Monte Cristo, Vila Aparecida, Rio Vermelho, Barra da Lagoa, Campeche e Rio Tavares.
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Em dois deles, no Monte Cristo e na Mariquinha, o projeto conta com uma sede própria (prédio cedido pela Prefeitura Municipal), com funcionamento de segunda a sexta-feira. Nesses bairros, além das oficinas, há ainda atendimento técnico com assistente social, psicólogo, pedagogo, educadores e um coordenador geral para organizar as atividades do programa.

— Cada bairro de Florianópolis possui um potencial educador que deve ser explorado na intenção de integrar crianças e jovens educandos e a comunidade da qual fazem parte. Esse processo é enriquecedor para todos os agentes envolvidos, mas, principalmente, para os alunos, que têm a chance de vivenciar experiências e aprendizados fora da sala de aula. O programa tem sido uma grande ferramenta de inclusão social para crianças, adolescentes e jovens em toda a cidade, através dos projetos de esporte, dança, música, cultura, arte, entre outros — afirma Guilherme Pontes.
As oficinas e cursos oferecidos englobam atividades educacionais, esportivas, culturais, musicais, ambientais e recreativas; e atividades de capacitação para geração de renda, sugeridas em conjunto pelas comunidades locais e indicadas. Cada oficina tem duração mínima de duas horas e atende ao menos dez crianças, adolescentes e jovens, de forma gratuita, duas vezes por semana.
Os alunos das comunidades podem escolher uma ou mais atividades, como:
• apoio pedagógico;
• artes marciais;
• danças (balé, jazz, hip hop etc.);
• musicalização, coral e instrumentos;
• esportes (futebol, futsal, surf, vôlei, basquete, rugby etc.);
• teatro;
• língua estrangeira;
• horta e compostagem;
• cursos profissionalizantes (manicure, aderecista, mídias digitais etc.)
As atividades já estão sendo oferecidas nos bairros atendidos e algumas oficinas ainda estão com vagas abertas. Os cursos são gratuitos, e as inscrições podem ser feitas através do site www.pmf.sc.gov.br/bairroeducador
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Para o curso de Gestão Pessoal e Profissional, as inscrições podem ser feitas aqui.
