As batalhas orçamentárias nos Estados Unidos estão limitando o crescimento econômico em todo o mundo, representando um risco maior para a economia mundial do que a crise da zona do euro, afirmou o Banco Mundial. Em um relatório com novas previsões econômicas, o banco declarou que espera que a economia global cresça apenas 2,4% este ano, pouco melhor do que o fraco ritmo de 2012.

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Os EUA, que são a maior economia do mundo, podem entrar em recessão se os cortes no orçamento federal ocorrerem como programado, no início de março. Além disso, a instituição acredita que a crise da zona do euro deve continuar ao longo do ano. Os países em desenvolvimento, enquanto isso, estão crescendo no ritmo mais lento da última década.

– É um ano de riscos – disse o economista-chefe do Banco Mundial, Kaushik Basu.

A expectativa do banco para o crescimento dos EUA é de 1,9% neste ano, baseada no pressuposto de progresso significativo rumo a um plano de orçamento no médio prazo e mais do que apenas uma solução de curto prazo sobre o aumento do teto da dívida federal. Caso o Congresso ofereça apenas uma solução de curto prazo para o teto da dívida, cenário identificado como paralisia fiscal, o banco acredita que a economia dos EUA encolherá 0,4%, atingindo a Europa com uma profunda contração e reduzindo o crescimento global em 1,4 ponto porcentual.

Segundo o banco, um cenário paralelo envolvendo uma renovada crise da zona do euro, em que duas das economias do bloco monetário estão paralisadas fora dos mercados de capital, reduzirá o crescimento global em 1,3 ponto porcentual.

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As projeções do Banco Mundial frequentemente têm se mostrado otimistas demais nos últimos anos. A mais recente previsão do banco para 2013, de crescimento de 2,4%, foi mais baixa do que a estimativa divulgada em junho, quando a instituição apostou em um crescimento global de 3,0%. Os economistas do banco atribuíram a decepção ao investimento empresarial nos EUA mais baixo do que o esperado e à incerteza ligada à política orçamentária norte-americana.

Uma divisão crítica persiste na maioria das economias. A confiança dos investidores está aumentando, impulsionada por medidas de estímulo e por menores receios sobre um colapso da zona do euro. Mas as economias das nações que servem de base para o resto do mundo permanecem letárgicas.

– Os mercados financeiros estão mais calmos, mas não há recuperação do crescimento. Você pode manter os mercados calmos por um ou dois anos, mas, se isso não é sustentado por um crescimento real, você poderá gerar uma nova rodada de riscos financeiros – disse Basu.

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