Quem nunca pensou em largar tudo para sair viajando? Algumas pessoas já colocaram isso em prática, mas outras fazem disso um desafio. Caso do blumenauense Paulo Stueber, que, aos 33 anos, resolveu ir de Blumenau a Belém (PA) em um transporte, digamos, pouco convencional.
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Ele percorre o trajeto de cerca de 5,4 mil quilômetros em uma prancha de stand up paddle, em que a pessoa fica em pé e usa um remo para se locomover.
_ Eu sempre tive um sonho, desde criança, de cruzar o litoral brasileiro de veleiro. Mas como comprar um é muito caro, resolvi adaptar a situação para não deixar de viver meu sonho _ conta Paulo, por telefone, depois de completar a primeira parte da viagem.
Ele partiu de Blumenau pelo rio Itajaí-Açu, no dia 27 de janeiro e chegou ao Rio de Janeiro em 26 de abril, há exato um mês. De lá, partiu rumo a Salvador, no último dia 18, para a segunda etapa da jornada. A previsão é chegar ao destino final entre janeiro e março do ano que vem.
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_ Desde que eu parti, é bom avisar que não remei todos os dias. Depende muito da condição do tempo, do vento. Foram cerca de 40 dias remando até o Rio de Janeiro, o resto fiquei em terra.
A história de Paulo se torna ainda mais inusitada quando ele conta como e quando resolveu fazer a viagem. Mesmo morando em Blumenau, trabalhava em um estaleiro de Itajaí como construtor naval. E no primeiro dia de trabalho neste ano teve a ideia de tornar realidade o sonho com o pranchão. Dez minutos depois, pediu demissão do trabalho e foram mais três semanas de preparação até a partida.
_ Vendi o meu carro para comprar o equipamento necessário, pois não tinha nada. Quando contei para a minha esposa, meus pais, meu filho e meus amigos, todos se assustaram, mas acabaram entendendo a ideia. Hoje todos me apoiam muito _ conta o blumenauense.
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A aventura de Paulo Stueber não é para qualquer um, como ele próprio alerta. Não basta saber ficar de pé na prancha e remar ao mesmo tempo. É preciso ter muita noção de navegação, saber ver as condições do clima e do mar para não enfrentar problemas. Em muitos momentos ele tem se privado do conforto de ficar em casa. Dormir em uma casinha de guarda-vidas, por exemplo, é uma conquista.
Paulo já pernoitou ao relento, em casa abandonada em uma ilha e em cima da prancha de stand up paddle. No início, contou com a ajuda das pessoas para se alimentar e até se abrigar em alguns momentos. Hoje, ele já tem um patrocinador, ganhou um saco de dormir e pode fechar com mais apoiadores. Ao ser questionado sobre qual foi o maior perigo que passou até agora, preferiu não falar:
_ Acho que ainda não é o momento. Minha preocupação é concluir o trajeto, depois quem sabe conte isso num livro. Aliás, Paulo ainda não sabe o que fará depois que concluir o desafio. Só diz ter certeza que fez a escolha certa.
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_ Eu passei por lugares sensacionais. Eu sempre gostei do mar e me sentia longe dele, mesmo trabalhando na construção naval. Aqui me encontrei _ comenta.
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