Ao ouvir mais de 7,6 mil pessoas em todo o país após os protestos de junho, o Ibope conseguiu fazer um retrato do descontentamento dos brasileiros.
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No geral, as pessoas estão satisfeitas com a vida que levam, mas querem mais dos governantes – principalmente na saúde.
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– Veja, em gráfico, os principais dados da pesquisa
Questionados sobre os maiores problemas do país, sobre as áreas em que o governo federal tem pior desempenho e sobre quais devem ser as prioridades do Planalto, os eleitores convergem para os mesmos setores: além da saúde – campeã absoluta na lista de preocupações do cidadão -, aparecem repetidamente educação, segurança, drogas e corrupção. São os mesmos pedidos que apareciam nos cartazes dos manifestantes de junho.
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A sondagem foi realizada pelo Ibope entre os dias 9 e 12 de julho. Na quinta-feira, o instituto apresentou uma parte dos dados, relacionada à avaliação do governo Dilma Rousseff e dos governos estaduais. Na sexta-feira, divulgou o restante das informações, referentes a diversas áreas da vida nacional.
A maioria dos brasileiros (77%) está satisfeita ou muito satisfeita com a vida que leva. No Rio Grande do Sul, o cenário não é o mesmo: 70% dos entrevistados se disseram satisfeitos ou muito satisfeitos. Os gaúchos também destoam em relação ao governo Dilma Rousseff.
Segundo o Ibope, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são os locais com a população mais descontente com o apoio dado pela administração federal ao Estado. Esses são os Estados em que Dilma nasceu e fez carreira profissional.
Entre os 602 entrevistados no RS, 73% acreditam que o Estado precisa de ajuda federal para oferecer serviços públicos adequados – o maior percentual entre as 11 unidades da federação avaliadas pelo instituto.
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Os gaúchos se dizem insatisfeitos quanto ao apoio federal nas áreas de segurança (86%), educação (84%) e saúde (83%). As reclamações também atingem o Palácio Piratini: 78% acreditam que o governador Tarso Genro e seus secretários utilizam mal os recursos públicos.
A maioria dos brasileiros se diz favorável às manifestações que ocorreram pelo país: 50% disseram aprová-las e 39% disseram serem favoráveis desde que sem casos de violência e vandalismo. Porém, a maioria (58%) afirmou que não pretende participar de protestos caso eles voltem a se repetir.
Questionados sobre os motivos que os levariam sair às ruas, os entrevistados voltaram os temas dos cartazes: saúde, educação, segurança e combate à corrupção – mais um indicativo das prioridades da população.