Maior artilheiro da história da Série B em uma única edição, Bruno Rangel não parece deslumbrado com o feito. O estilo “tranquilão” é uma das características do atacante da Chapecoense. E foi a tranquilidade que garantiu muitos gols, como na “cavadinha” que deu na saída do goleiro Magrão, do Sport, num dos dois gols na vitória por 2 a 1 na Ilha do Retiro.

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Rangel fez gol de joelho, de cabeça, de perna direita e de perna esquerda. Contra o Paysandu, fez os três na vitória por 3 a 2, na Arena Condá. Um deles já nos acréscimos. Rangel fez a torcida da Chapecoense esperar o apito final, pois dos pés dele poderiam sair um gol a qualquer momento. O aproveitamento do atacante da Chapecoense foi excepcional. Mesmo quando não marcava, suas conclusões sempre levavam perigo.

Quem observava o camisa nove durante o jogo, meio paradão, tinha a impressão de que ele não era tão perigoso. Mas, se o zagueiro bobeasse, era gol.

Rangel começou a jogar no Goytacazes-RJ. Ganhava salário mínimo. Sua mãe queria que ele seguisse os estudos. Rangel não obedeceu a Dona Maria. No início passou por equipes sem muita expressão e ia aos treinos até na carroceria de uma camionete. Começou a se destacar no Paysandu, onde fez oito gols na Série C de 2010. Em 2011, obteve o acesso para a Série B, pelo Joinville.

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Chegou na Chapecoense em 2013, onde amargou a reserva no estadual. Na Série B, virou titular e empilhou gols, chamando a atenção de clubes da Série A. Chegou a ser chamado de “Power Rangel”, numa alusão aos Power Rangers, série infantil ao qual assistia quando era criança. Durante a Série B, teve propostas de clubes como Ponte Preta e Atlético-PR. Teve seu salário, que era de R$ 8 mil, reajustado para mais que o dobro disso. Rangel gosta de sair com a mulher Girlene e a filha Bárbara, de três anos, para comer pizza ou passear no shopping. Quando faz gols, as homenagens são para a família.

Aos 31 anos, Rangel dificilmente ficará na Chapecoense em 2014. Clubes de Série A, como o Corinthians, e até do exterior, já sondam o artilheiro. Mas ele já deixou sua marca na história da Chapecoense.

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