Um caminhão precisou usar a área de escape do Km 667,3 da BR-376 um dia antes do grave acidente que matou um motorista e deixou 14 pessoas feridas nesta quarta-feira (12). A pista em frente à zona de segurança estava interditada para a execução de obras.
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Desde a segunda-feira (10), as pistas da rodovia federal passavam por obras de pavimentação entre os Km 664 e 667. Nesta madrugada, por conta da execução das melhorias, apenas a faixa da esquerda estava liberada para o tráfego, que estava sinalizado e, no momento, contava com fluxo lento.
Veja fotos do grave acidente desta quarta-feira
Segundo relatos de testemunhas, o motorista do caminhão-baú, Alisther Hubl do Rosário, que morreu no grave acidente, ao se deparar com os veículos parados na fila, desviou para as faixas central e direita — ambas interditadas para obras. Após percorrer parte desse trecho, ele retornou para a faixa liberada e colidiu com a van, que foi projetada contra a mureta de proteção. Em seguida, o caminhão atingiu a carreta à frente.
Na última terça-feira (11), uma câmera da Arteris registrou o momento em que um caminhão, após uma pane no sistema de freios, entra na área de escape do Km 667,3 da BR-376. Na ocasião, uma das pistas da rodovia estava interditada, com trabalhadores na pista.
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“Ele tentou ser herói”, diz motorista que viu acidente com morte na BR-376
Um condutor de outro caminhão que presenciou o acidente, James José, relatou que o motorista que morreu tentou “ser herói” e evitar uma tragédia maior. O acidente aconteceu no Km 667,4 — 100 metros antes da área de escape.
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— Ele [Alisther] tentou segurar o controle do caminhão o máximo possível. O que deu, ele conseguiu segurar. Mas, quando chegou na curva ele viu que ele não ia dar conta, ele tentou se jogar no mato ali. A mureta não quebrou, foi onde ele bateu e saiu levando todo mundo de arrasto. Ele tentou ser herói o máximo possível que ele conseguiu, que ele veio livrando gente já lá cima. Ele não se jogou na área de escape por causa da obra que tinha aqui — revelou James.
Motorista de van usou faca para salvar 15 passageiros antes de veículo pegar fogo na BR-376
De acordo com a Arteris Litoral Sul, as obras ocorriam entre o km 664 e o km 667, e interditavam faixa da direita e central, mas sempre com outra faixa (esquerda) liberada ao tráfego. “A pista estava devidamente sinalizada, com 2 mil metros, antecedendo o local, e com reforço para obras noturnas”, afirmou a concessionária.
Além disso, as obras haviam iniciado às 20h30min e tinham previsão de de encerrar até às 6h. No momento do acidente, às 4h45min, a execução já estava em fase final.
Como aconteceu o acidente
Era por volta das 4h45, no quilômetro 667, em Guaratuba (PR), quando ocorreu o acidente envolvendo um caminhão-baú, uma carreta e uma van.
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Por questões de obras, apenas a faixa da esquerda estava liberada para o tráfego, que estava sinalizado e, no momento, contava com fluxo lento. O motorista do caminhão-baú, ao se deparar com os veículos parados na fila, desviou para as faixas central e direita — ambas interditadas para obras. Após percorrer parte desse trecho, ele retornou para a faixa liberada e colidiu com a van, que foi projetada contra a mureta de proteção. Em seguida, o caminhão atingiu a carreta à frente.
Com o impacto, a cabine se desprendeu do chassi e ficou presa na traseira da carreta, enquanto o baú foi arremessado para a faixa direita. A van e o caminhão pegaram fogo logo após as colisões.
O motorista do caminhão-baú morreu no local. A perícia e o Instituto Médico-Legal estão no local, realizando os trabalhos de levantamento das causas. Na carreta, um motorista teve lesões.
Quem era o motorista que morreu
O motorista que morreu no acidente da BR-376, ocorrido na madrugada desta quarta-feira (12), foi identificado como Alisther Hubl do Rosário, de 22 anos. O jovem dirigia um dos veículos que se envolveu na batida no KM 667 da rodovia, sentido Sul. Outras 14 pessoas ficaram feridas, duas em estado grave.
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NHC Transportes, empresa onde a vítima trabalhava, e que fica localizada em Itajaí, publicou uma nota de pesar nas redes sociais. “Alisther dedicou todo o tempo de trabalho com profissionalismo, alegria e compromisso, deixando uma marca de carinho e respeito em todos que tiveram o privilégio de conviver com ele”.
Um amigo lembrou que Alisther era um pai de família dedicado de uma criança pequena. “Jamais esquecerei dos ensinamentos e dos momentos que tivemos juntos, pode deixar que vamos mostrar pro seu filho o cara que você era.”
*Sob supervisão de Leandro Ferreira













