Ao invés de focar esforços na repressão, o governo de Santa Catarina, o Ministério Público, a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Justiça vão tentar uma abordagem diferente no combate às drogas: prevenção por meio da conscientização. Querem atuar no início do problema. E evitar que jovens em idade escolar tenham contato com as drogas. Por isso, loi lançada nesta terça-feira, e irá ao ar à noite em canais de televisão, a primeira peça publicitária da campanha “Drogas. Não dá mais para aceitar“, além de outras ações institucionais.
Continua depois da publicidade
Governo de Santa Catarina lança campanha de combate às drogas
– A entrada nesse mundo se dá na faixa dos 15, 16 anos, então nossa principal ação tem que ser nas escolas – disse o governador Raimundo Colombo (PSD) durante o lançamento no Teatro Pedro Ivo, em Florianópolis.
A proposta é tentar fazer com as drogas o mesmo que aconteceu em relação a fumar ou andar sem o cinto de segurança. Ambos eram práticas comuns, mas que mudaram com o passar do tempo por meio da conscientização das pessoas sobre os riscos e a forma como a compra de entorpecentes ajuda a financiar o tráfico. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública, a cada dez casos de violência, sete estão relacionados às drogas.
Continua depois da publicidade
A campanha nos meios de comunicação será acompanhada de um reforço em programas já existentes. Um deles é a implantação de Núcleos de Prevenção às Violências na Escola (Nepres) em 100% das escolas catarinenses. Atualmente, apenas 40% contam com a estrutura que é um espaço de debate e formulação de melhorias para ajudar a manter os alunos longe de problemas como o uso de drogas.
– A partir de agora vamos ver se a gente consegue fazer esse trabalho de implementação em todas as unidades escolares até o final de 2016 – disse o secretário estadual de Educação, Eduardo Deschamps, destacando também a continuidade do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), realizado pela Polícia Militar em escolas de todas as regiões do Estado.
Outro esforço governamental que foi apresentado é a segunda etapa do programa Reviver, uma entre a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu), vinculada à UFSC, e a Comissão de Prevenção e de Combate às Drogas da Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
Continua depois da publicidade
E eu com isso?: STF decidirá se descriminaliza o porte de drogas
A iniciativa já tinha atendido 2800 pessoas, beneficiadas em 68 comunidades terapêuticas – espaços que ajudam na internação e no suporte para superar o vício. Agora a proposta é atender mais 21 dessas instituições e beneficiar mais 1200 pessoas.
– Mais de mil adolescentes foram apreendidos pela polícia, em 2014, por envolvimento com o tráfico. Número que, infelizmente, não retrata a realidade. E foram registrados 300 casos de adolescentes que deixaram a escola pelo uso de entorpecentes. Isso declarado pela família. Outro número que deve ser maior – destacou Sandro José Reis, procurador-geral de Justiça, que comanda o Ministério Público de Santa Catarina.
Foto: Ex-viciados fizeram apresentação musical durante o lançamento do programa. Eles receberam tratamento na ONG CTV, de Blumenau, uma comunidade terapêutica (Julio Cavalheiro / Secom)
Continua depois da publicidade