Não haverá mais solenidade para a entrega das chaves aos moradores da Ponta do Leal contemplados com um novo apartamento. A comunidade que vive em situação de pobreza extrema na região continental de Florianópolis começará a entrar no prédio somente a partir do dia 28. O processo deve levar uma semana e não será mais feito de forma única, como previsto anteriormente.

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A entrega dos apartamentos, 88 no total, estava agendada inicialmente para o dia 26 de dezembro do ano passado, mas foi adiada para 18 de janeiro e, agora, se tem uma terceira data. Nesta quinta-feira (17) foram assinados 42 contratos.

Alguns moradores que ficaram de fora do benefício, como o pescador Davi Jeanpiere Carvalho, 21 anos, foram selecionados no último sorteio, no dia 11. Ainda há famílias não contempladas, mas a Prefeitura da Capital garante que eles receberão um aluguel social em outra região da cidade.

Tão logo os contemplados entrem no novo apartamento, a Prefeitura irá derrubar os casebres. O espaço onde hoje ficam as palafitas da Ponta do Leal, às margens da Baía Norte, deverá receber uma praça pública, para que os próprios moradores, uma vez dentro dos apartamentos subsidiados, possam usufruir.

O local onde as famílias moram atualmente é formado por casebres e palafitas de madeira apodrecida pela maresia, à beira da Baía Norte, sem qualquer saneamento ou serviço público.

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Apartamentos financiados com recursos do governo federal

Os apartamentos são financiados com recursos do governo federal, que somam R$ 5,7 milhões. O residencial fica numa área de 4.135 metros quadrados, na Rua Quinze de Novembro, em um terreno que pertencia à União e ao Município e foi doada ao Fundo de Arrendamento Residencial.

Os apartamentos têm sala, cozinha, área de serviço, sacada e banheiro. O condomínio tem também playground, estacionamento para carros e motos. Cada proprietário irá pagar 10% do valor total do imóvel, que custa R$ 64 mil, em parcelas que não ultrapassem 5% da renda total familiar. O teto da renda familiar para ser contemplado foi fixado em R$ 3,6 mil.

O prédio começou a ser construído em 2014, fruto de uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF), que exigiu da Prefeitura a retirada das casas da beira do mar e a inclusão dos moradores em um programa habitacional.

O condomínio deveria ter sido entregue em fevereiro de 2016. Após atrasos no repasse de verba e paralisação por causa da falência da construtora, as obras foram retomadas no final de dezembro de 2017.

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