Pela primeira vez, a Polícia Civil de São Paulo afirma que líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) organizam o tráfico e outras atividades criminosas diretamente do exterior. Segundo Wagner Giudice, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), dois deles são foragidos da operação que terminou com 40 presos no fim de semana. O líder máximo da facção, Marco Willians Herbas Camacho, Marcola, é chamado agora de Russo.

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A Polícia Civil tem informações de que Wilson José Lima de Oliveira, o Neno, está em Orlando, nos Estados Unidos. De acordo com Giudice, a suspeita é de que ele tenha viajado para aprender como cartéis de drogas do México se organizam. Oliveira faz parte da “cebola” da facção. O setor é responsável por arrecadar as mensalidades de R$ 600 pagas pelos integrantes do PCC. A polícia afirma que o dinheiro é usado para gerar fundos e custear a estrutura da organização criminosa.

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Fabiano Alves de Souza, o Paca, está no Paraguai. Dos quatro líderes da facção identificados pela polícia, é o único que está em liberdade. Segundo a Polícia Civil, o grupo é conhecido como sintonia final geral, e tem Marcola como líder. Na operação que teve o apoio do Ministério Público, a polícia descobriu que Marcola, detido no presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau, usa um novo nome para se comunicar com outros integrantes: “Russo”. A polícia achou 30 quilos de drogas com o novo codinome do líder do PCC.

De acordo com Ruy Ferraz Fontes, delegado titular da Divisão de Investigação de Crimes contra o Patrimônio do Deic, Marcola continua dando ordens de dentro do presídio. Dois outros integrantes, na mesma unidade prisional, repassavam as informações para criminosos que estão na rua. De acordo com Fontes, eles repassam os dados para pessoas que ocupam determinadas funções em hierarquia piramidal na rua. Entre os integrantes que recebiam os recados de Marcola estão Souza, foragido no Paraguai, e Amarildo Ribeiro da Silva, o Julio, preso no sábado.

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