O MSC Preziosa, maior transatlântico em operação na costa brasileira, atracou neste domingo pela primeira vez em Porto Belo e trouxe à tona um antigo problema para o turismo da cidade. A dificuldade no alfandegamento dos navios continua sendo um dos principais entraves para a captação de mais escalas de cruzeiros.

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Neste ano a redução no número de visitantes e escalas já pôde ser sentida pelo município. Serão somente 19 escalas de cruzeiros, que trazem cerca de 32,3 mil passageiros e movimentam quase R$ 200 por pessoa, segundo a prefeitura. No ano passado foram 43 escalas de cruzeiros e aproximadamente 114 mil visitantes – dado que representa uma redução de 55,8% em escalas e 71,5% em número de passageiros.

O Preziosa foi o 16º navio a atracar no píer. Na quinta-feira chega à cidade o L’Austral, com 264 passageiros, e nos dias 11 e 23 será a vez do MS Regatta, com 684 visitantes.

A falta de uma alfândega no píer turístico faz com que os transatlânticos com escalas em outros países tenham que passar por um procedimento de nacionalização, que é feito no porto de Imbituba, no Sul do Estado, e somente depois disso atraquem em Porto Belo. Essa exigência burocrática atrasa a chegada dos passageiros na cidade em até quatro horas, além de aumentar o custo operacional das companhias.

Ainda conforme a prefeitura de Porto Belo, dados apontam que cerca de 118 navios passam pela costa catarinense sem realizar escalas, em função do alfandegamento. Com o benefício, que não tem data para sair do papel, a cidade deixa de abrir as portas para R$ 50 milhões anuais.

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De acordo com o prefeito de Porto Belo, Evaldo Guerreiro, a presença do MSC Preziosa no município ajuda na divulgação da cidade:

– A MSC já havia nos contatado para participar da inauguração do Preziosa, então é um objetivo de todos aumentar o número de escalas. Toda semana eles gostariam de atracar um navio aqui durante a temporada – diz.

Para o prefeito, o entrave permanece em função da legislação e da falta de estrutura:

– Se continuarmos com essa legislação, precisamos de uma superestrutura – conclui.