As detentas que estão no Presídio Regional de Joinville deverão aguardar mais sete meses para ocupar a nova Cadeia Pública Feminina. O novo prazo para inauguração é novembro de 2018, mais de dois anos depois da primeira previsão de entrega da obra, que seria em julho de 2016. A nova área prisional está sendo construída no Complexo Prisional do município, em um terreno que fica atrás da Penitenciária. O atraso na conclusão aconteceu por adequações que precisaram ser feitas no projeto e por causa das condições do tempo.
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De acordo com sistema de acompanhamento de obras do governo do Estado, os 365 dias previstos inicialmente no contrato se transformaram em 1085. O investimento total chega a aproximadamente R$ 15 milhões, resultado de um convênio entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (SJC), e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
— Os aditivos ocorreram por causa de algumas alterações que precisaram ser realizadas no projeto. Por exemplo, o terreno onde está sendo construída a cadeia era muito úmido e, por este motivo, precisou de um estaqueamento maior — explica o diretor da Penitenciária Industrial de Joinville, João Renato Schitter.
O edital licitatório para contratação da empresa foi lançado em setembro de 2014, prevendo o prazo de execução da obra em um período de 12 meses após o recebimento da ordem de serviço. Ainda conforme o sistema, a ordem foi entregue em 20 de julho de 2015. Assim, o prazo para finalização dos trabalhos, conforme edital, seria um ano depois.
Entretanto, em junho de 2016, um prazo de mais 360 dias foi requisitado, por causa da realocação da obra, a aprovação de projetos junto aos órgãos ambientais e um longo período chuvoso. Além deste, mais dois aditivos foram solicitados – em julho de 2017 e em janeiro deste ano – causando atraso na conclusão da cadeia. Agora, a previsão de entrega do novo presídio feminino deve acontecer em novembro deste ano.
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Além dos impasses relacionados ao projeto, a construção da cadeia ainda enfrentou atrasos por causa das intempéries. Conforme Schiiter, no período em que não havia cobertura no local, os trabalhos pararam por alguns períodos. Desde que o telhado foi instalado, o tempo não atrapalhou mais. Atualmente, a obra atingiu aproximadamente 70% de conclusão.
O engenheiro responsável pela execução, Nelson Tortato, explica que neste momento a parte de acabamento interno está sendo implantado, como a colocação de pisos, azulejos e de louças. Nos próximos meses deverá ocorrer a instalação das grades das celas, a pavimentação interna e externa e a jardinagem. A estimativa do engenheiro é que, se os repasses se mantiverem em dia, a conclusão da cadeia ocorra até o final deste ano.
— Falta ainda a liberação (de recursos) para que seja feito um muro de arrimo aqui. Como essa parte do terreno é mais alta, é necessário que um muro de contenção, para evitar que a terra não desmorone, para que ela não ceda — explica o engenheiro.
A Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (SJC) foi procurada, mas até a publicação desta reportagem não havia retornado ao contato.
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Espaço atenderá necessidade das mulheres
Quando estiver concluído, o novo presídio feminino terá capacidade para atender 286 apenadas. A cadeia terá 6,3 mil metros quadrados de construção distribuídos em um terreno de 17 mil, equivalente a 2,5 campos de futebol. Atualmente, aproximadamente 40 detentas dividem uma ala no Presídio Regional de Joinville. Fora as internas do município, ainda há a previsão de que sejam atendidas mulheres de Canoinhas, Mafra, Jaraguá do Sul e São Francisco do Sul.
Além de mais amplo, o novo espaço foi totalmente planejado para atender as necessidades das mulheres. Antes, as cadeias femininas eram locais construídos para homens e que foram disponibilizados para as mulheres. Entretanto, conforme o diretor, as apenadas têm necessidades diferentes, necessitando de uma construção especifica. A estrutura joinvilense deverá proporcionar às mulheres uma estrutura adequada de atendimento, pensando na ressocialização e reinserção na sociedade.
— Aqui terá uma área verde, berçário, enfermagem, sala de amamentação. É bem estruturada para comportar essas mulheres — garante Schitter.
Fora as 48 celas de convivência coletiva para apenadas fixas e mais dez do setor de inclusão, a estrutura contará com ambulatório, local para atividades físicas, seção de ensino e administrativo, área de convivência, berçário, guaritas, portaria e também espaço adequado aos agentes penitenciários.
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Ainda que o título seja de presídio, o local irá receber apenadas provisórias e também com o cumprimento de pena já decretado. A expectativa, segundo o diretor, é que com a estrutura construída diretamente para as mulheres os serviços sociais e as atividades ressocializadoras possam ser melhoradas e ampliadas.
Outras cidades do Estado também passarão a contar com a estrutura nos próximos meses. Novas cadeias estão sendo construídas em Chapecó e Itajaí. Já em Criciúma, no Sul Catarinense, foi inaugurada a Penitenciária Feminina em janeiro deste ano.