Os parlamentares integrantes da CPI do Cachoeira aprovaram, por volta das 16h30min, requerimento para encerrar a reunião em que foi chamado para depor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar uma organização criminosa que corrompeu servidores públicos e se articulava com políticos e empresários.
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Cachoeira silencia: “Vou usar o meu direito de ficar calado”
Orientado por seu advogado, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, Cachoeira recorreu ao direito de permanecer em silêncio para não se incriminar e disse que só responderia aos parlamentares após falar em juízo.
O requerimento da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) foi colocado em votação pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Irritada, a senadora questionou a necessidade de a comissão fazer perguntas a Cachoeira:
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– Proponho que encerremos esta sessão que está se tornando ridícula. Pois nós estamos aqui, tentando falar com uma múmia (…) Somos eleitos para isso e não para fazer papel de bobo por um chefe de quadrilha sentado ali como se nada estivesse acontecendo no mundo.
O pedido para encerrar a reunião contou com o apoio da maioria dos parlamentares do colegiado. Antes da votação, o presidente da Comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que ainda havia 39 deputados e senadores inscritos para fazer perguntas a Cachoeira.
Com pouco mais de duas horas de depoimento, Cachoeira se manteve praticamente calado diante das perguntas feitas pelos parlamentares. Já na sua primeira fala à CPI, ele anunciou que só prestaria esclarecimentos após comparecer a duas audiências na Justiça Federal em Goiânia, marcadas para os dias 31 de maio e 1º de junho.
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– Não falarei nada aqui – disse.
Os parlamentares não conseguiram votar a reconvocação do contraventor porque a sessão de votação do plenário do Senado já havia iniciado e, regimentalmente, não é possível ter votações em comissões ao mesmo tempo do plenário da Casa.