O Centro de Joinville sofre há anos com os alagamentos causados pelas chuvas e maré alta, alagando várias das principais ruas da região. Na semana passada, por exemplo, houve mais uma ocorrência de cheias em vias como do Príncipe, Itajaí e Nove de Março. Como uma alternativa para a redução esse problema, a prefeitura começou as obras de macrodrenagem do rio Mathias no final de junho de 2014. A previsão de término era para 2016, mas até hoje não foram concluídas. O investimento é de R$ 50 milhões, com recursos federais.
Continua depois da publicidade
A falta de uma solução para os alagamentos continua prejudicando moradores e comerciantes do Centro. A gerente de uma loja de cosméticos na rua do Príncipe, Elaine Grum, conta que as cheias são algo frequente na região. Elas costumam entrar nos comércios pela porta de entrada ou vindas pela tubulação. Na semana passada, a água atingiu o depósito da loja e molhou algumas caixas de produtos.
— Só não perdemos nada porque já temos estrutura para evitar que os alagamentos molhem tudo. As caixas onde a água pegou só tinham produtos de plástico, que não estragam com a água. Senão, teríamos prejuízo financeiro — conta.
A esperança dos comerciantes é de que as obras de macrodrenagem do rio Mathias tragam benefícios e consigam realmente reduzir a chance de inundações. O projeto prevê a construção de uma galeria de condução e conduto forçado com aproximadamente 2.500 metros por baixo de algumas ruas da área central. Também está sendo construído um sistema de contenção entre os rios Mathias e Cachoeira.
O projeto prevê intervenções nas ruas Euzébio de Queiroz, Otto Boehm, Fernando de Noronha, Jacob Eisenhut, Visconde de Taunay (Via Gastronômica), Pedro Lobo, Engenheiro Niemeyer, do Príncipe e Jerônimo Coelho. Para facilitar o acesso às residências e estabelecimentos comerciais e minimizar os transtornos à população, um calendário de obras foi elaborado inicialmente pela construtora.
Continua depois da publicidade
Até o momento, foram concluídos os trabalhos nas ruas Euzébio de Queiroz, Otto Boehm e Fernando de Noronha. Estão sendo realizadas intervenções na rua Jerônimo Coelho e ainda há trabalhados na Jacob Eisenhut. Nesta segunda-feira, estava previsto o início das obras na rua Engenheiro Niemeyer, mas a intervenção foi canceladas por causa das chuvas. A prefeitura ainda não divulgou uma nova data.
A instalação da galeria na rua Visconde de Taunay, prevista para começar no ano passado, ainda não tem data para começar e deve ficar para um segundo momento. A Companhia Águas de Joinville ainda terá de fazer a realocação da rede nas ruas no entorno da obra.
Com as obras atrasaram, a Prefeitura de Joinville prorrogou o contrato com a empresa e agora prevê a conclusão de toda a macrodrenagem do rio Mathias até o final deste ano. O atraso levou até o Ministério Público Federal a entrar com ação para cobrar uma nova licitação, mas o pedido de liminar foi negado.
O rio Mathias tem uma extensão aproximada de dois quilômetros e exerceu um papel relevante na história da cidade, desde a chegada dos primeiros imigrantes que construíram as casas ao longo de seu curso. Com o processo de urbanização, o rio foi um dos mais agredidos na região central, sendo coberto em seu maior trecho por edifícios, ruas, avenidas e galerias.
Continua depois da publicidade