A cerimônia do Grammy, no último domingo, teve tudo o que todo mundo esperava: Daft Punk levando os principais prêmios, Beyoncé rebolando, Paul e Ringo levando a audiência às lágrimas e Taylor Swift pagando mico. E teve também Lorde, cantora algo esquisitona que nem bem alcançou a maioridade civil e debutou no mainstream musical por uma de suas portas mais reluzentes.

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A consagração, no entanto, não veio facilmente. No domingo, Lorde, 17 anos e um único disco lançado, lutou contra gigantes estabelecidos da música pop, como Katy Perry, Bruno Mars e Justin Timberlake. Mas, graças ao estupendo single Royals, faturou dois dos quatro gramofones dourados a que concorria: canção do ano e melhor performance solo pop. E ainda se apresentou, tocando ao vivo seu grande hit em versão econômica, com maquiagem carregada e dedos como que mergulhados num tinteiro.

Confira:

Seu sucesso na cerimônia acabou repercutindo nas redes sociais. No Facebook, a performance da cantora só foi menos comentada do que o casamento comunitário abençoado por Madonna. No Twitter, o show da adolescente ficou em segundo lugar entre os mais tuitados, mas as menções ao seu nome a colocaram em primeiro lugar, à frente da poderosa Beyoncé e da queridinha Taylor Swift. De repente, o mundo inteiro soube quem era Lorde, nascida Ella Maria Lani Yelich-O?Connor no subúrbio da populosa Auckland, norte da Nova Zelândia.

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Os gramofones dourados coroam uma ascensão veloz na indústria musical e no imaginário pop. Embora compondo e gravando desde os 12 anos, foi com o lançamento do EP The Love Club, em março do ano passado, que o buzz em torno de Lorde começou a tomar corpo – justamente por conta de Royals, uma das faixas do disquinho.

O estopim foi a inclusão da faixa na playlist que Sean Parker, fundador do Napster e figura conhecida do meio pop, mantém no Spotify e soma quase 1 milhão de seguidores. Resultado: em um mês, Royals era a música mais ouvida no serviço de streaming e estreava no topo da lista de mais vendidas da Billboard.

O barulho obrigou Lorde a apressar o lançamento de seu disco de estreia, composto em parceria com o produtor neozelandês Joel Little. Disponibilizado em setembro, Pure Heroine trouxe mais do synth pop que encantara o mundo. Relançado como single, Royals entrou também em primeiro lugar no Reino Unido e ganhou sobrevida nos EUA, fechando 2013 como um dos três singles mais vendidos da Amazon e colocando o disco nas listas de melhores do ano de quase todo o mundo. No Brasil, Royals é a canção mais baixada desta semana no iTunes.

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Ainda na finaleira do ano, a adolescente fechou um acordo de US$ 2,5 milhões com a empresa de representação artística Songs Music Publishing, foi capa da Rolling Stone, regravou Everybody Wants to Rule the World (do Tears for Fears) para o filme Jogos Vorazes – Em Chamas e ganhou elogios de Elton John (“Lorde aponta a direção para onde Lady Gaga deveria seguir”).

Mas a maior pista quem deu foi David Bowie, com quem Lorde se encontrou no começo deste ano. Segundo ela, o Camaleão disse que, quando ouvia sua música, ouvia o futuro. Um futuro que, ao menos para Lorde, já chegou.

nome próprio

> A cantora tirou seu nome artístico do fascínio pela realeza. Mas, como “lord” soava muito masculino, colocou um “e” no final.

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para ver ao vivo

> Lorde vem ao Brasil para cantar no Lollapalooza, em SP, no dia 5 de abril.

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