A seguir, cinco coisas que se deve saber sobre a Suécia, que realiza eleições legislativas neste domingo (9):
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– Crise migratória –
A Suécia, um dos maiores países da Europa, com uma área de cerca de 450.000 km2, tem 10 milhões de habitantes, dos quais 80% vivem nas cidades. Membro da União Europeia, que sempre defendeu uma generosa política de imigração e asilo, colocou-se na linha de frente durante a crise migratória europeia. Diante do fluxo maciço de migrantes, o país restaurou os controles em suas fronteiras no final de 2015 e endureceu suas condições de recepção. A Suécia registrou mais de 394.500 pedidos de asilo entre 2012 e 2017, um recorde na Europa, com um pico de 162.000 em 2015. Cerca de 60% das reivindicações foram aceitas. O país escandinavo, que teve 18,5% dos residentes nascidos no exterior em 2017, também deve resolver o problema espinhoso da integração, outro assunto com o qual a extrema direita ganha votos.
– Social e competitivo –
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Desde que chegaram ao poder em 1932, os social-democratas dominaram amplamente a vida política do reino, estabelecendo um dos modelos de proteção social mais avançados do mundo, financiados por altos impostos. O país se orgulha de ser pioneiro na área da igualdade de gênero e concede uma longa licença-maternidade e paternidade. Os casais homossexuais têm acesso à reprodução assistida. Neste verão (europeu), entrou em vigor uma lei sobre o consentimento sexual que estabelece que qualquer ato sexual sem um acordo explícito pode ser considerado um estupro.
A Igreja Luterana de um país muito secularizado se destaca por sua modernidade: o ministério pastoral está aberto às mulheres desde 1960, e os pastores podem se casar no religioso e com uma pessoa do mesmo sexo.
O Estado de Bem-Estar Social que se recusa a aderir à zona euro é também o lar de empresas mundialmente famosas, como Ikea, H & M, Ericsson, Electrolux, Volvo, Skype e Spotify.
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A Suécia alcança o sétimo lugar entre as economias mais competitivas do mundo, de acordo com o ranking do Fórum Econômico Mundial 2017-2018.
O país escandinavo, cujo território é coberto por 70% de florestas, também é o terceiro exportador mundial de produtos florestais.
– O assassinato de Olof Palme –
O assassinato, em 1986, do primeiro-ministro Olof Palme, executado com uma bala nas costas quando voltava para casa de um cinema de Estocolmo, não foi resolvido, apesar de milhares de pistas investigadas. O crime contra essa figura política carismática provocou uma verdadeira comoção em um país com uma reputação de pacífico. O trauma se repetiu em 2003, quando a ministra das Relações Exteriores Anna Lindh foi esfaqueada até a morte por um homem com problemas mentais em uma loja de departamentos em Estocolmo.
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– Romances polares –
Devido a sua localização geográfica, perto do Círculo Ártico, a Suécia vive noites intermináveis de inverno, em que a leitura é um grande entretenimento.
Em um ambiente favorável ao mistério e à introspecção, nasceu a tradição do romance policial sueco. Os autores mais vendidos se multiplicaram nos últimos anos, incluindo Stieg Larsson, cuja trilogia “Millenium” fascinou milhões de leitores em todo mundo, Henning Mankell e seu inspetor Kurt Wallander, ou a nova rainha do romance policial, Camilla Läckberg.
Muitas dessas obras foram adaptadas com sucesso para o cinema, ou a televisão.
– Fenômeno musical –
Formado pelos suecos Benny Andersson, Anni-Frid “Frida” Lyngstad, Björn Ulvaeus e Agnetha Fältskog, é ABBA um grupo de música pop dos anos 1970 que fez sucesso no mundo todo, revelando um país até então pouco conhecido. Apesar da separação nos anos 1980, o grupo de estilo festivo virou cult e suas músicas atravessaram décadas fazendo sucesso. O sucesso do musical “Mamma Mia!”, que posteriormente virou filme estrelado por Meryl Streep, fez o ABBA ser redescoberto por um público novo.
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– O povo sami –
Os samis (já chamados de lapões) são um povo que se estabeleceu há mais de 10.000 anos nas regiões do norte da Escandinávia.
Entre 20.000 e 40.000 membros dessa comunidade nômade vivem no norte da Suécia. Muitos samis se tornaram sedentários, porém, e vivem e trabalham em áreas urbanas. Esse povo indígena é o único autorizado a criar renas, seu principal recurso. Segundo o Parlamento Sami, 4.600 agricultores têm mais de 250.000 renas. Essa economia frágil enfrenta muitas ameaças, como o aquecimento global, ou a extração de madeira e mineração.
Neste verão (europeu), os samis sofreram um duro golpe, quando vários incêndios destruíram quase 20.000 hectares de floresta, destruindo as pastagens de inverno.
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Fontes: AFP, site oficial da Suécia www.sweden.se, Fórum Econômico Mundial
* AFP