Ana Estela de Sousa Pinto (Bruxelas)
A União Europeia anunciou um fundo de 100 bilhões de euros (cerca de R$ 600 bilhões) para financiar programas de proteção ao emprego durante a crise do coronavírus. A Organização Internacional do Trabalho estima que até 25 milhões de postos em todo o mundo estão em risco devido ao impacto direto das medidas de distanciamento tomadas para combater a pandemia.
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A proposta apresentada nesta quinta (2) pela UE é que a Comissão Europeia levante os recursos por empréstimo, tendo como garantia ativos dos 27 membros do bloco, no valor de 25 bilhões de euros (25% do total emprestado). O fundo permitirá que países com menos acesso a crédito financiem esquemas de proteção a emprego com esses recursos europeus, a taxas de juros mais baixas que as que conseguiriam isoladamente.
Segundo a Comissão Europeia, mesmo antes da pandemia, 18 países já tinham programas em que o governo banca parte do salário de um empregado cuja jornada foi suspensa temporariamente, sob a condição de que as vagas sejam mantidas. Com a necessidade de fechar lojas e empresas para conter a transmissão do novo coronavírus e o risco de que a perda de receita levasse a demissões, todos os 27 membros da UE têm hoje esquemas de proteção a trabalhadores.
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O fundo anunciado nesta quinta servirá para financiar esses programas nacionais nos países que considerarem mais vantajoso usar os recursos europeus. Evitar demissões permitirá uma recuperação econômica mais rápida quando a pandemia for controlada, afirmou a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.
Os funcionários de uma empresa têm conhecimento que não pode ser perdido e que permite que as companhias voltem à atividade com vigor
A chefe do Poder Executivo europeu disse também que evitar demissões é fundamental para que as pessoas possam continuar pagando suas contas, consumindo e pagando tributos, o que também auxilia a recuperação pós-crise.
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O esquema, batizado de Sure (assegurado, em inglês), é "a expressão da solidariedade europeia", disse Von der Leyen. A presidente da Comissão tem tentado apaziguar disputas entre países mais ricos e mais pobres, que se acirraram durante a crise do coronavírus.
No final do mês passado, uma reunião de líderes dos membros da UE para discutir medidas de socorro econômico terminou em impasse, com um grupo de países defendendo uma emissão de dívida comum a todo o bloco e outro, de países do norte, se recusando a endossar essa ação.
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