Denúncias de irregularidades no concurso público da Guarda Municipal de Itajaí, que ocorreu no dia 26 de novembro, levaram o promotor Jackson Goldoni, da 9ª Promotoria de Justiça de Itajaí, a instaurar um inquérito para investigar as suspeitas de fraude. Mais de 50 candidatos apresentaram reclamação ao Ministério Público depois da prova. A instauração foi publicada em Diário Oficial nesta segunda-feira.
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As representações falam de uso de celular, falta de detectores de metais e de revista aos candidatos que foram ao banheiro durante a prova, permissão para usar boné e relógio _ que podem ter sido usados para “cola”, e fiscais conversando com os candidatos nos corredores. Além disso, fotos do cartão de respostas foram parar nas redes sociais.
O promotor pediu que a Unisociesc, que foi a responsável pela elaboração da prova, esclareça o passo a passo desde o contrato com a prefeitura, até a realização do concurso. Também quer esclarecimentos sobre onde foram impressas as provas, quem eram os fiscais, como foram lacrados os envelopes e quem corrigiu os testes.
O que diz a entidade que realizou a prova:
A Unisociesc respondeu, em nota, que não foram encontradas escutas e pontos eletrônicos entre os participantes, nem houve relato, durante a prova, de suposta “ajuda” dos fiscais a alguns candidatos, por isso considera a denúncia improcedente.
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Em relação à foto do cartão-resposta que foi parar nas redes sociais, a Unisociesc informou que os candidatos, quando chegam à sala, já encontram o cartão sobre a carteira e que os pertences pessoais, como celulares, são recolhidos em sacos plásticos antes da distribuição das provas.
Leia nota de esclarecimento:
“A UniSociesc, instituição encarregada de organizar e fiscalizar a prova, esclarece que não foram encontradas escutas ou pontos eletrônicos entre os participantes. Houve apenas uma suspeita, comprovada posteriormente tratar-se de um celular escondido no calçado de um dos candidatos, que foi levado para a delegacia de Itajaí para mais esclarecimentos.
Seguindo o procedimento regular previsto, os candidatos entraram com seus pertences pessoais na sala. Porém, antes de receber a prova (que fica lacrada), todos entregam seus pertences para os fiscais. Os pertences são, então, colocados num pacote plástico, que é lacrado e deixado na parte da frente da sala. Só após esse procedimento o candidato tem acesso à prova.
A UniSociesc informa também, a respeito de uma suposta ajuda de fiscais a candidatos, que a denúncia é improcedente e que não foram registradas reclamações sobre esse tipo de conduta durante a aplicação das provas. É direito e dever do candidato denunciar esse tipo de situação no momento em que percebe algo nesse sentido. Essa informação está, inclusive, na capa de todas as provas.
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Levando em consideração que trata-se de um dos maiores concursos públicos já realizados na cidade de Itajaí, a organização avalia que pode ser considerado um absoluto sucesso, tendo em vista a grande quantidade de candidatos inscritos e o baixo número de ocorrências identificadas, inferior a 0,15% do total de inscritos.
A UniSociesc é uma das maiores instituições educacionais do Sul do Brasil, com 58 anos de existência. Atua desde o ensino fundamental até a pós-graduação lato e stricto sensu. Tem mais de 12 anos de experiência na realização de concursos no Estado de Santa Catarina, tendo organizado mais de 110 certames ao longo destes anos, alguns deles com mais de 30.000 participantes.
O esclarecimento de todas as dúvidas será formalizado na resposta ao próprio inquérito, dentro dos prazos lá previstos”.