Sem obter respostas de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, parlamentares que integram a CPI no Congresso votaram a favor do requerimento da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) de transformar a sessão em reunião administrativa. Com isso, depois de duas horas e meia de silêncio por parte do depoente, a sessão foi encerrada.
Continua depois da publicidade
O contraventor se negou a responder às perguntas dos parlamentares da CPI que investiga sua relação com com políticos e outros agentes, conforme foi revelado pela operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Cachoeira afirmou que está respondendo a um inquérito na Justiça e antes disso não irá falar:
– Vou usar o meu direito constitucional de ficar calado – dizia depois de cada pergunta.
Integrantes da base aliada e da oposição pretendiam aproveitar ao máximo o tempo disponível para fazer perguntas a Cachoeira, com o objetivo de expor suas relações com agentes públicos e com o setor privado. No entanto, orientado pelo advogado Márcio Tomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, ele se calou.
Continua depois da publicidade
A escolta de Cachoeira do complexo penitenciário da Papuda ao Congresso foi um evento cinematográfico, com direito a helicóptero acompanhando o trajeto de 25 quilômetros percorrido pelo comboio de viaturas policiais. Ao chegar ao Senado, ele foi levado a uma sala reservada, distante da imprensa e dos curiosos.
Já na sala de depoimentos, sentou-se em uma mesa lateral, ao lado de seu advogado e de sua mulher, Andressa. Mais magro, grisalho e abatido, foi o primeiro a se pronunciar, e para tal teria um prazo de até 20 minutos. Ele se negou a falar qualquer coisa.
Acompanhe os boletins:
16h30min – Parlamentares votam e aprovam o requerimento da senadora Kátia Abreu de transformar a sessão em reunião administrativa. A sessão foi encerrada.
Continua depois da publicidade
16h – Parlamentares insistem e questionam Cachoeira sobre sua ligação com os governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF). Para todas as perguntas, o contraventor responde com indiferença: “Vou usar o meu direito constitucional de ficar calado”.
15h30min – Relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG), sugere o fim da sessão. Senadores analisam o pedido.
15h20min – A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) propôs aos colegas que a sessão seja transformada em reunião administrativa, para que possam votar outros requerimentos. Exaltada, ela se justificou:
Continua depois da publicidade
“Proponho que encerremos esta sessão que está se tornando ridícula. Pois nós estamos aqui, tentando falar com uma múmia (…) Somos eleitos para isso e não para fazer papel de bobo por um chefe de quadrilha sentado ali como se nada estivesse acontecendo no mundo.”
Antes disso, o líder do (PSDB-PE) na Câmara, o deputado Bruno Araújo, sugeriu apresentação de requerimento à Justiça para que se remarque o depoimento de Cachoeira para uma data posterior ao seu depoimento à Justiça. Da mesma forma, ele sugere requerimento para a Justiça encaminhe à CPI a íntegra do depoimento do empresário, assim que ele comparecer à Justiça.
15h10min – O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) sugeriu aos integrantes da CPIa suspensão da reunião. A questão havia sido levantada pouco antes pelo deputado Silvio Costa (PTB-PE). Cachoeira recorreu ao direito de permanecer em silêncio para não se incriminar, mas disse que falaria à CPI depois de depor na Justiça. Segundo o deputado, se os parlamentares fizerem as perguntas, elas já serão conhecidas quando ele realmente for falar. Até lá, a defesa poderia estudar as respostas que seriam dadas.
Continua depois da publicidade
15h – Também fizeram perguntas os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Randolph Rodrigues (PSOL-AP). Cachoeira repetiu pelo menos outras seis vezes que se manteria calado e demostrou inquietação. Randolph Rodrigues questionou ainda se a ex-mulher do contraventor poderia ir à CPI para falar tudo o que ele não estava querendo dizer.
14h50min – O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) questiona a Cachoeira como ele está sendo tratado no presídio da Papuda. O empresário, mais uma vez, se nega a responder. Às demais perguntas de Bueno, ele também fica calado.
O deputado aproveita para fazer uma ironia e questiona: “Se a sua movimentação financeira é tão pequena como diz, de onde está saindo tanto dinheiro para uma contratação como a de Márcio Thomaz Bastos?” Cachoeira, mais uma vez, responde: “Falarei tudo depois que eu der depoimento à Justiça”.
Continua depois da publicidade
Ao final das perguntas, Bueno citou a frase enviada por SMS, na semana passada, pelo deputado Cândido Vaccarezza ao governador do Rio, Sérgio Cabral, que dizia: “Você é nosso e nós somos teu”.
14h40min – O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), após várias perguntas e negativas de Cachoeira, se irrita: “Peço que o senhor, Márcio Thomaz Bastos (advogado de Cachoeira) oriente ele e não brinque com essa CPI. Ele não pode vir aqui como em outroas CPI para jogar na fogueira quem ele quer ou salvar criminosos. Ele vai, sim, nos ajudar a desvendar um esquema de corrupção.”
14h30min- Após as perguntas do relator, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-GO) pergunta sobre a relação do bicheiro com agentes públicos, e com o governador Agnelo Queiroz (PT-DF). Mais uma vez, Cachoeira se dá o direito de permanecer calado: “Vou usar meu direito constitucional de ficar calado”.
Continua depois da publicidade
14h20min – O relator Odair Cunha (PT-MG) faz perguntas a Cachoeira. Ele segue dizendo que não responderá a nenhuma pergunta. Cunha pergunta ainda se Cachoeira falaria em sessão secreta. Ele se nega.
14h10min – Chamado para falar na comissão pelo presidente da CPI, Vital do Rego, Cachoeira limita-se a dizer que nada falará: “Boa tarde. Estou aqui como manda a Lei para responder o que for necessário. Constitucionalmente fui advertido para não dizer nada e não falarei nada aqui. Somente depois da audiência que terei no juiz. Depois, se acharem que posso contribuir, responderei a qualquer pergunta.”
14h – Tem início o depoimento no Senado. A sala e o corredor onde é realizado o depoimento está com acesso controlado pela Polícia Legislativa.
Continua depois da publicidade