O repórter do jornal espanhol El Mundo Javier Espinosa e o fotógrafo freelancer Ricardo García foram sequestrados em setembro na Síria por um grupo ligado à Al-Qaeda, informou nesta terça-feira o site da publicação.

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Espinosa e García “foram sequestrados no dia 16 de setembro no ‘checkpoint’ de Tal Abyad, na conflitiva província de Raqqa”, na região da fronteira turca, quando se preparavam para deixar o país, revelou El Mundo.

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Os dois foram sequestrados por membros do Estado Islâmico no Iraque e Levante (EIIL), grupo ligado à Al-Qaeda.

“A princípio, os sequestradores (…) disseram que queriam apenas identificar os jornalistas para descartar qualquer risco de espionagem, mas com o tempo, os nomes dos dois espanhóis passaram a integrar a lista dos sequestrados em Raqqa”, destacou o jornal.

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“Os contatos indiretos com os sequestradores – razão pela qual o sequestro não foi informado durante mais de dois meses – não revelaram o que pretendem obter em troca da vida dos espanhóis”.

Espinosa, correspondente do El Mundo no Oriente Médio desde 2002, cobriu boa parte do conflito sírio para El Mundo e sobreviveu aos sete dias de bombardeio contra a cidade de Homs por parte das forças do regime de Bashar al-Assad, no qual morreram o americano Marie Colvin e o francês Rémi Ochlik.

O fotógrafo e câmera freelancer Ricardo García Vilanova cobriu a guerra do Afeganistão, a revolução na Líbia e a guerra na Síria, tendo colaborado com diversos veículos internacionais, como AFP, New York Times, Washington Post e Newsweek.

No dia 4 de setembro passado, outro jornalista espanhol, Marc Marginedas (El Periódico), foi sequestrado na Síria quando “o carro no qual viajava foi interceptado por combatentes ‘jihadistas’ nos arredores da cidade de Hama, no oeste do país”.

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Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), desde o início do conflito sírio e até novembro passado 25 jornalistas morreram na Síria.

Outros tantos jornalistas estão desaparecidos ou sequestrados na Síria, mas o número exato é difícil de precisar, já que familiares e governos preferem negociar em segredo com os sequestradores.