Dudu Bertholini, 39 anos, destrincha o verbo com as suas explicações sempre na ponta da língua, todas as terças-feiras à noite, no Amor & Sexo. A cabeça pensante dos figurinos do programa, incluindo os megamodelitos de Fernanda Lima, comemora a sua terceira temporada entre os jurados da atração.

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– Parece uma vida. A gente naturalizou assuntos que, até três anos atrás, estavam distantes da gente e do mundo – comenta ele, avaliando a trajetória do programa em 11 temporadas.

Dudu bateu um papo aberto em que fala sobre os temas da atração, a sua “fluidez sexual”, como ele mesmo define, e o grande mérito de Amor & Sexo na Globo (NSC TV).

Os figurinos são todos criações suas?

Sim, a gente parte do briefing (instruções básicas) do diretor artístico Antonio Amâncio, de quem pensa o programa como um todo. Temos que ajudar a contar essa história desde o look

da Fernanda até os dos jurados, todos cuidados por mim – uns menos, outros mais… A gente faz um exercício minucioso. E tem que defender diferentes corpos, cabelos, raças, gêneros. Por isso, o balé é bem misturado.

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A Fernanda é exigente pra se vestir?

Ela “segura” figurinos muitos complexos, entende o que vai ajudá-la no palco, mas é muito legal ver como a Fernanda tem uma confiança criativa na gente. Só está pedindo salto mais baixo.

Às vezes, fala que o figurinista só quer ver ela bonita e alta, mas não leva em conta que ela vai ficar quatro, cinco horas gravando.

A mulher se veste para o amor e sexo?

Acredito que sim, 70% da nossa comunicação é não verbal. Mas a gente está muito no momento de romper preconceitos, é o que a gente mais defende no programa.

Como aquele clássico discurso machista que, infelizmente, ainda circula por aí: de que, se a mulher está muito decotada, é porque quer sexo…

Principalmente isso! Saber que ela pode estar usando qualquer roupa, e que isso não dá o direito de ninguém julgar a sua integridade, a sua personalidade a partir disso. Muito menos de tocá-la, se ela não quiser! E, se ela quiser provocar, ok. Essa temporada de Amor & Sexo se esforça muito para mostrar como nós somos lindos nas nossas diferenças. Posso dizer por mim, que já me sinto fora do padrão no sentido de que, sempre soube, desde criança, que eu não cabia nesse mundo polarizado homem e mulher. Tenho uma fluidez de gênero muito maior. Eu tô muito mais preocupado em entender quem eu sou do que aonde vou me encaixar. É isso que a gente tenta passar no programa também.

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Você imaginou, um dia, que seria jurado de uma atração como essa, em rede nacional?

Posso ser sincero? Não. De alguma maneira, por outro lado, faz muito parte da minha trajetória. Mas não tinha como imaginar que seria com essa narrativa e com essa equipe, com essas pessoas que partem de um fundamento muito humano para fazer o programa. A isso, sou muito muito grato. E acho que a gente está em um veículo de comunicação tão importante, em uma mola propulsora de divulgar ideias. É tão bom dizer o quanto eu assino embaixo daquilo em que eu tô falando no programa, do quando acredito naquilo que eu tô falando. Isso, pra mim, não tem preço, é muito bom!