Dois meses após a inauguração ainda há quem esteja conhecendo o Calçadão Brueckheimer, no Centro de Blumenau. Mãe e filha, Valdira e Bianca da Silva passaram por lá e consideraram ótima a primeira impressão. E pretendem voltar mais vezes. Poucos minutos observando o calçadão já é possível notar o aumento no movimento de pessoas, num vaivém constante. O ponto virou local de passagem de pedestres, mas o objetivo dos proprietários de imóveis dali que investiram na revitalização – o de melhorar as vendas – ainda não é possível apontar se foi alcançado.

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– É difícil dizer se o calçadão já teve reflexo ou não sobre vendas, mas no movimento, sim. Sábado tem bastante gente circulando, porém, em vendas ainda não tivemos uma média maior do que o ano anterior. Como um todo estamos bastante satisfeitos, está melhor – ressalta Eugenio Brueckheimer, proprietário da tradicional Casa Brueckheimer.

Se mesmo após 60 dias ainda há pessoas passando pelo local pela primeira vez, há também um público fiel presente. Um exemplo é o casal Denise e Vicente Chiummo. Fãs de carteirinha do calçadão, eles geralmente fazem da região uma parada obrigatória dos passeios de sábado. A mudança perceptível do ambiente, do fluxo de pessoas na rua e do movimento fizeram a diferença para os moradores do Garcia, que já eram adeptos do passeio pelo Centro e agora são visitantes assíduos do ponto.

– Já viemos aqui com os amigos e com a família, gostamos bastante – disse o casal de dentistas.

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E não é só no sábado que o movimento aumentou, garante o sócio-proprietário do Polpetta, Beto Cavaletti. Pelo contrário, o calçadão tem sido bastante procurado no pós-expediente:

– É possível ver que durante os demais dias também há aumento no movimento. Tudo porque ficamos mais livre para colocar música ao vivo, usar o calçadão para chamar o público e atender as pessoas em um happy hour – destaca.

Gerente há sete anos do Cajusul Emporium Produtos Naturais, Valdete Fabeni, conta que nunca viu tal movimento como o registrado nos últimos dois meses. Ela confirma que quem passa pelo local, dá uma olhadela na vitrine, não resiste e sai da loja com algo:

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– Muita gente não conhecia o ponto e os produtos, mas percebemos que agora se tornaram clientes – sorri a funcionária.

Reforço na segurança

Para Brueckheimer, Cavaletti e outros comerciantes do calçadão, uma das preocupações tem sido o aumento da violência. Recentemente houve tentativa de arrombamento em alguns imóveis, mas eles salientam que na Rua XV de Novembro não tem sido diferente. Assim como na rua que é coração de Blumenau, os proprietários avaliam instalar câmeras de monitoramento para evitar novas ocorrências nos horários de menor movimento, geralmente no fim de tarde.

Expectativa dos comerciantes por reurbanização da Curt Hering

Ansiosos, os comerciantes e proprietários de imóveis na Rua Curt Hering estão na expectativa pelas mudanças que devem ocorrer nos próximos meses com a revitalização entre as ruas Caetano Deeke e Floriano Peixoto. Por enquanto apenas este trecho de 100 metros da rua será alterado, mas só o fato de mudar a paisagem e contribuir para a caminhabilidade no local deve fazer a diferença no movimento.

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– Olha, tenho lojas ali e nesta semana uma das minhas lojas já foi locada por conta desta perspectiva. Em um momento de crise, com lojas fechando, acho que a recuperação da Curt Hering é excelente. O projeto é muito bacana – conta Clovis Barbieri, da Incorporadora Melchior Barbieri.

A iniciativa deve seguir o mesmo modelo do adotado no Calçadão Brueckheimer, em que os comerciantes bancam o mobiliário e o paver e a prefeitura executa a infraestrutura básica. Segundo o secretário de Planejamento Urbano de Blumenau, Juliano Gonçalves, nesta semana ocorrerão reuniões com os proprietários do local para definir os próximos passos do projeto.

– Até sexta-feira teremos novidades sobre a reurbanização. Nossa intenção é ter tudo pronto em alguns meses, certamente antes do fim do ano – ressalta.

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A proposta também tem calçadas alargadas, bicicletários, bancos e lixeiras, como o já executado poucos metros dali. A única diferença é que neste calçadão os veículos vão continuar tendo passagem, em uma faixa única e que ficará no mesmo nível da calçada, fazendo com que os motoristas reduzam a velocidade.