A proposta de emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse e o porte de qualquer quantidade de drogas ilícitas foi aprovada na quarta-feira (13) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, agora, segue para votação em plenário. Se aprovada, será enviada para análise da Câmara. As informações são do g1.

Continua depois da publicidade

Receba notícias do NSC Total pelo WhatsApp

Caso seja transformada em emenda ao texto constitucional, a criminalização desta prática não significará que a pessoa será presa, mas que será fichada criminalmente por portar qualquer quantidade de entorpecentes, mesmo que para consumo próprio — na lei de 2006, não há penalização prevista, apenas advertências.

Na PEC está prevista a distinção entre traficante e usuário. Para quem for pego com drogas, seriam aplicadas penas alternativas e socioeducativas, além de tratamento contra a dependência. A proposta de emenda pretende inserir no artigo 5º da Constituição o seguinte texto:

“A lei considerará crime a posse e o porte, independentemente da quantidade, de entorpecentes ou drogas afins sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, observada a distinção entre o traficante e o usuário, por todas as circunstâncias fáticas do caso concreto, aplicáveis a este último penas alternativas à prisão e tratamento contra dependência”.

Continua depois da publicidade

Proposta pretende alterar artigo 5° da Constituição Federal

A proposta pretende alterar um trecho do artigo 5° da Constituição Federal, que é considerado cláusula pétrea, ou seja, que não pode ser abolida nem mesmo por via de emenda. O Supremo Tribunal Federal (STF) considera que as cláusulas pétreas podem ser modificadas e até sofrer restrições, mas não a ponto de terem a essência alterada.

Por isso, conforme o g1, a proposta poderá ser contestada na Justiça e considerada inconstitucional pelo STF, uma vez que uma mudança no artigo precisa ser aplicada a fim de ampliar direitos, não de restringi-los.

Conforme o rito, a proposta de emenda à Constituição, mesmo aprovada pela CCJ, ainda precisa passar por duas votações no Senado, votações na CCJ, comissão especial e plenário da Câmara dos Deputados. Após toda essa tramitação, se aprovada, vira emenda. A data para essas reuniões, no entanto, ainda não foi definida.

A aprovação na CCJ é uma espécie de resposta ao STF, que está votando se é ou não constitucional criminalizar o porte de maconha para uso pessoal. Iniciado em 2015, o julgamento foi retomado no último dia 6. No dia seguinte, Rodrigo Pacheco declarou que o tribunal estaria “invadindo a competência” do Legislativo, caso decidisse sobre a descriminalização.

Continua depois da publicidade

O que está sendo votado no STF

O STF discute descriminalizar o porte de pequenas quantidades de maconha. Caso se decida pela descriminalização, os ministros ainda têm que definir quantos gramas seriam permitidos.

Durante a votação do texto, quando o placar estava com 5 votos favoráveis à descriminalização do porte de maconha para uso pessoal e 3 votos contrários, o ministro Dias Toffoli pediu mais tempo para análise, e a análise foi adiada mais uma vez, sem data para voltar à pauta da Corte.

Votaram favoráveis à descriminalização do porte de maconha, até o momento, os ministros Gilmar Mendes (relator), Edson Fachin, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. São contrários, por sua vez, os ministros Cristiano Zanin, André Mendonça e Nunes Marques.

Leia também

Aposta de SC quase leva prêmio milionário de loteria que nunca ninguém ganhou

Pequena cidade de SC que levou prêmio da Mega da Virada fatura nova bolada

Destaques do NSC Total