Um ano no caos
Muitos dos que saem da unidade, voltam a cometer os mesmo crimes do lado de fora das grades
Sentados em círculo em frente a uma televisão, homens e mulheres que estão em liberdade condicional e em regime semiaberto do Presídio Regional de Blumenau discutem sobre o primeiro passo após reconquistar a liberdade. Conhecem muito bem a realidade dentro do Presídio Regional de Blumenau e sabem que os que recomeçam são poucos. Para a coordenadora da Central de Apoio à Execução Penal de Blumenau, Lúcia Maria Pegoraro, com a falta de dignidade e condições do presídio, muitos dos que saem da unidade voltam a cometer crimes:
- É muito difícil. São poucos os que mudam de vida. Quem sai de lá fica muito desmotivado, desacreditado e acaba reincidindo.
A psicóloga da organização cristã Cruz Azul do Brasil, Sirlene Andrade Zermiani, ouve todos os dias as histórias que ocorrem no presídio. Lá dentro, segunda ela, eles vivem em ociosidade e não tem apoio psicológico nem assistência social para recuperar a vida do lado de fora.
- Tudo isso mexe na subjetividade e no emocional dos presos. O que vamos recuperar neles com este tipo de tratamento? - questiona.
Para a presidente do Conselho da Comunidade, Marilu da Rocha Ribas, uma das soluções é a ocupação com o trabalho. Segundo ela, a maioria dos presos que estão no regime semiaberto trabalha em empresas locais e há probabilidade de mais vagas nos próximos meses:
- O detento pode sair pior do que entrou, mas o trabalho ajuda na ocupação do tempo e evita pensamentos que resultem na reincidência depois.