Indústria catarinense inova para se adaptar ao novo cenário
Aos 71 anos, Eulino Fischer é um empresário inovador. Sem medo de arriscar e sempre disposto a se adaptar a novas realidades, ele está encarando mais um desafio na carreira: o enfrentamento à Covid-19.
Juntamente com seus filhos à frente da indústria Fischer Componentes Têxteis, que produz itens para calçados, o empresário sempre se preocupou em oferecer variedade de produtos e não depender de um único setor para garantir recursos. E foi seguindo essa cultura que enxergou a oportunidade de atender uma demanda crescente do mercado têxtil.
— Já temos um leque bem variado de produtos que são adaptados para cada momento. No início do ano, por exemplo, costumamos fornecer uniformes para escolas e, justamente, esse fornecimento foi interrompido esse ano por causa do coronavírus. Com a matéria-prima em mãos, buscamos uma alternativa para não parar as atividades — comenta Fischer.
A indústria iniciou, então, a produção de máscaras e roupas hospitalares, incluindo fronhas e lençóis descartáveis, disposta a salvar vidas e atender essa nova demanda.
O mercado de máscaras e roupas hospitalares exige produtos baratos, práticos, de fácil manuseio, de preferência descartáveis. Por esta razão, a Fischer montou uma parceria com um fabricante de São Paulo, especializado em tecidos agulhados, também conhecidos como Tecido não Tecido (TNT). Este parceiro produz mensalmente 1.000.000 de metros, atendendo com qualidade e praticando preços inferiores aos praticados pela China.
Portanto, o trabalho, que poderia ser temporário, ganhou novos mercados, se tornou um investimento e passou a gerar renda e garantir empregos.
— Para atender a demanda importamos uma máquina que é capaz de embalar 250 máscaras por minuto. Com este equipamento já instalado, estamos preparados para produzir 100 mil máscaras por dia, tudo de acordo com os padrões estabelecidos pela Anvisa — comenta o empresário, que prevê um mercado potencial até mesmo para o pós-pandemia.
Segundo Fischer, mesmo quando o cenário de quarentena passar, profissionais da saúde, escolas e farmácias precisarão de máscaras. Por isso, a produção está adequada aos padrões definidos pela Anvisa e os produtos são fabricados de acordo com as regras sanitárias, para serem amplamente aproveitados pelo sistema de saúde e por profissões que dependem do equipamento de proteção individual.
— Enquanto isso a produção está sendo adequada para produzir modelos que são utilizados por setores diversos, como o agronegócio, frigoríficos, fiações, construção civil e indústria de tintas — comenta.
Os materiais são encontrados em modelos descartáveis e reutilizáveis, por preços competitivos com o mercado nacional e internacional. Além das máscaras, são produzidos aventais cirúrgicos, usados principalmente nos centros de atendimentos médicos.
Mais de 200 pessoas estão envolvidas no processo de produção para atender mercados, principalmente, do Sul e Sudeste e expandido ao Norte e Nordeste do país.
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