Começou na manhã deste domingo, por volta das 7h (1h no horário de Brasília), o plebiscito que vai decidir se os gregos aceitam continuar sob cuidado minucioso do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional (FMI) – e concordam com mais uma dose de ajustes impopulares – ou se optam por um novo tratamento, o que pode levar o país a abandonar a zona do euro e retornar ao dracma, sua moeda anterior.
Continua depois da publicidade
Gregos definem rumo do país para sair da crise
Continua depois da publicidade
Marta Sfredo: todos somos gregos
Leia todas as últimas notícias sobre a crise na Grécia
A disputa entre o sim e o não, que promete ser acirrada, se estende até as 19h (13h de Brasília). As primeiras parciais devem sair cerca de duas horas depois. Quase 10 milhões de gregos devem votar no primeiro plebiscito da Grécia em 41 anos, desde que a nação optou pela abolição da monarquia, em 1974, ao fim da ditadura militar.
Com este referendo, o governo de Tsipras espera ficar mais forte nas negociações, graças a um “Não”, com o qual obteria o apoio de, pelo menos, metade do povo grego. Mas os credores promovem o “Sim” e apresentaram o “Não” como o equivalente a uma saída da Grécia da zona do euro.
A população está indecisa: as pesquisas, que no início da semana passada mostravam vitória do “não”, agora evidenciam uma divisão meio a meio. Diversos institutos mostram empate técnico. Na maioria dos casos, as pesquisas apontam vantagem entre 0,5 e 1 ponto porcentual para o “sim”, enquanto um levantamento mostra leve dianteira do “não”. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais.
A tensão é grande em todas as partes. Em virtude de um controle de capital, instaurado há uma semana para evitar o colapso total dos bancos, os gregos só podem retirar desde segunda-feira até 60 euros por pessoa por dia em caixas eletrônicos.
Continua depois da publicidade
GALERIA: gregos votam em plebiscito que define futuro do país
A Grécia é a primeira nação desenvolvida a descumprir compromissos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e não pagar uma parcela de 1,6 bilhão de euros da dívida contraída junto à instituição.
Os 9,8 milhões de gregos inscritos nas listas eleitorais podem votar em mais de 19 mil assembleias em todo o país, não havendo nem voto por correspondência, nem possibilidade de voto para quem trabalha em outros países. Para estimular a adesão à votação, o governo concedeu descontos sobre o preço dos voos domésticos e das viagens de ônibus e trens.
* Zero Hora, com agências