O delegado Gustavo Muniz Siqueira entregou no Fórum de Rio Negrinho, na última terça-feira, o inquérito policial sobre o caso do homem que foi flagrado em uma câmera de monitoramento abandonando um bebê embaixo da marquise de um comércio em Joinville.
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O empresário joinvilense Antônio Carlos Gomes, de 44 anos, é suspeito também de tentar matar a mãe da criança em Rio Negrinho. A mulher de 22 anos teria sido agredida e jogada de uma ponte de 20 metros de altura. A jovem foi encontrada, às margens do rio.
Segundo Siqueira, o empresário foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado – por motivo fútil e ter sido contra a mulher – e por abandono de incapaz. Ele explica que o suspeito confessou ter agredido a mulher, mas tentou negar que teria premeditado o crime e que tivesse intenção de matá-la. Em depoimento, o homem teria dito que estaria sendo chantageado e ameaçado com pensão alimentícia pela mulher.
Na conclusão do delegado, a versão não procede, já que a polícia teria encontrado vestígios de sangue e terra no porta-malas do carro, o que indicaria que a mulher teria sido colocada no local. Os laudos periciais ainda não foram concluídos.
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– Ele chegou a comprar uma passagem para ela para Joinville, preparando um álibi. Tudo isso leva a crer que ele premeditou o crime e escolheu um local ermo com antecedência – explica Siqueira.
Na versão da vítima, Antônio teria convidado para visitarem os parentes dela no Paraguai. Ele teria parado o carro em Rio Negrinho com a desculpa de ir ao banheiro quando supostamente começaram as agressões. A mulher contou que foi colocada no porta-malas de mãos atadas e que teria sido agredida com marteladas. Ele ainda teria batido a cabeça dela contra a cabeceira da ponte e a teria jogado no rio.
O homem se apresentou à polícia no último dia 16 e foi encaminhado ao Presídio Regional de Mafra, onde cumpre a prisão preventiva decretada pela Justiça.
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O que diz a defesa:
O advogado Jorge Roberto Krieger, que defende o suspeito, afirma que dentro do que foi apurado do caso, o delegado relatou aquilo que deveria ser relatado no inquérito. Em relação aos indiciamentos, o advogado explica que Antônio é confesso em relação ao abandono da criança e que isso teria sido um ato impensado.
– Ele disse em depoimento que o grande erro dele foi não ter procurado a polícia antes e que fugiu de forma sem pensar. O caso poderia ter se resumido a uma Lei Maria da Penha – diz.
Sobre a suposta tentativa de homicídio contra a mulher, Krieger afirma que ocorreram as agressões, mas que a vítima teria contado detalhes em alguns depoimentos e que não constam em outros momentos, o que ainda deverá ser esclarecido.
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O advogado afirma que, em razão do caso correr em segredo de Justiça, não pode adiantar informações sobre as provas que serão produzidas na defesa do suspeito.